‘A Bola’ diz que o Silvestre Varela, o Drogba da Caparica, vai para o Porto na próxima época. Mesmo sem saber se é verdade, esta é uma notícia que me irrita. Irrita-me ao ponto de me fazer sair da minha hibernação bloguistica.
Não que eu pense que o Varela é um virtuoso e venha a ser uma mais-valia para um rival. Nem me irrita que uma equipa lucre com um jogador em que o Sporting investiu durante anos sem agora ver um chavo. Nem sequer que o Sporting tenha alienado um activo, sem que tenha assegurado qualquer retorno futuro. Não, isso não me irrita. Isso enfurece-me.
O que me irrita é a samaritana política desportiva do Porto. O Porto é o clube que, regularmente, vai buscar jogadores de clubes pequenos, a troco de uma esmola, um par de jogadores emprestados e o eterno agradecimento por sempre ter sido como um pai. Os jogadores, esses, acabam como um Mário Silva, um Bruno, um Marco Ferreira, um André Vilas Boas, um Rodolfo, um Areias, um Clayton, um Soderstrom, um Rafael, um Alan, um Jorginho, um Lino, um Ezequias: Acagaçados pelas bancadas ao lado dos Superdragões, até receberem, meses depois, o alívio do empréstimo com que voltam a alimentar o epíteto de ‘Porto, amigo dos pequeninos’.
Aliás, na realidade, não fosse pela necessidade de ‘distribuir riqueza’ pelos clubes pequenos (ou pagar-lhes as dívidas), não se justificaria a compra da maioria desses jogadores, já que o número de jogadores formados no clube com contratos de longa duração e que nunca virão a jogar no clube mais do que um minuto na Taça da Liga seria suficiente para fazer 3 equipas.
A confirmar-se a venda, o Drogba da Caparica não vai fazer nada ao Porto. Ou melhor, vai. Como o Cissokho (dou o benefício da dúvida ao Miguel Lopes e apenas por gentileza). São uma oportunidade de mostrar quem é amigo, quem está disponível para dar uma mãozinha desinteressada nos momentos difíceis. E a quem não se nega um favor, quando é preciso.
Ou será que o Varela vai fazer a diferença no Dragão? Como o Bruno, o Marco Ferreira, o André Vilas Boas, o Rodolfo, o…