Sunday, February 22, 2009

Mané Garrincha, o Anjo das pernas tortas

Friday, February 20, 2009

Inspirem-se, parte III

14 de Dezembro de 1986.

Troco um campeonato por um jogo destes.



Lembrem-se do Manuel Fernandes. E do Mário Jorge. E do Ralph Meade. E do Damas, do Gabriel, do Fernando Mendes, do Oceano, do Zinho, do Litos, do Virgílio, do Venâncio. Pál, lembra-te do Manel Zé. Amanhã rapazes, Inspirem-se.

Wednesday, February 18, 2009

Inspirem-se, parte II

Fevereiro de 1947.

Alguns diziam que era o dilúvio que tinha chegado. Outros maldiziam o sacana do monhé que lhes tinha vendido um chapéu roto.

Os adversários, temerosos, tentavam pressionar o árbitro para adiar o jogo, pressagiando a catástrofe. Mas o Senhor Domingos Miranda, não cedeu: Estava ali para permitir que se fizesse História. O Sporting entrou decidido, sem medo da chuva nem do frio, confiante no virtuosismo dos seus violinos. O Benfica confiava que Azevedo já não tivesse o braço ao peito. E não tinha. Mas nem era preciso: Naquele dia havia Travassos.

Ao segundo ataque marcou o seu primeiro golo do jogo. Reza a lenda que quando a bola chegava aos seus pés, os adversários tentavam cortar os próprios pulsos com um piton. E pediam para que chovesse mais. Travassos poucas vezes tocou na bola, mas foram vezes suficientes para, flutuando sobre o lamaçal, fazer 2 assistências e um hat-trick. O Benfica saiu olhando o céu, para que a chuva se confundisse com as lágrimas. E no final do jogo, disse que o 6-1 final se devia ao árbitro.

O Zé da Europa, nessa tarde, como em tantas outras, brilhou como a sua brilhantina. E consta que, mesmo com a chuva, deixou o Campo do Lumiar em ombros. Mas com o penteado impecável.



Lembrem-se do Travassos. No Sábado, Inspirem-se.

Tuesday, February 17, 2009

Inspirem-se!

O senhor Azevedo era o guarda-redes do Sporting numa tarde de Outono de 1946. Jogava contra o Benfica. Como um derby é um derby, Azevedo tinha até comprado um chapéu novo mas no último momento decidiu levar o outro já gasto e meio encardido não fosse um seus adversário roubá-lo num daqueles pontapés de canto mais confusos.

Já o Sporting ganhava 1-0 quando um daqueles sarrafeiros sem alma decide equilibrar o jogo. Agarrado ao ombro, o pobre do Senhor Azevedo, rebola pelo chão. Os colegas levantam-no, Azevedo cambaleia e o Mister manda o Sr. Jesus Correia, avançado, para a baliza. Naquele tempo não havia substituições e mesmo assim ainda foi uma sorte deixarem que o homem usasse as luvas do guarda-redes.
As hienas aproveitam e tentam chegar ao empate com aqueles guinchinhos irritantes de animais de baixo nível. O Sporting encolhia-se e encostava-se para proteger a baliza. Os bichos, cheirando o sangue, aproveitam que a presa está enfraquecida e marcam mesmo um golo. É então que, ao longe, da neblina do balneário, surge Azevedo. Alto, heróico e de braço ao peito.
E com um só braço, defende tudo o que há para defender. Reza a história que Espírito Santo, já frustrado e com mau perder, remata ao ângulo do lado do braço lesionado e Azevedo, com o braço contrário, vai lá buscá-la. Os tristes oportunistas por aí ficaram e António Martins, o invejoso guardião benfiquista, também acabou por ir buscar umas quantas bolas, mas ao fundo da baliza.
O Sporting ganhou 3-1 e Azevedo saiu assim:


Lembrem-se do Azevedo. No Sábado, Inspirem-se.

Tuesday, February 03, 2009

Os samaritanos

‘A Bola’ diz que o Silvestre Varela, o Drogba da Caparica, vai para o Porto na próxima época. Mesmo sem saber se é verdade, esta é uma notícia que me irrita. Irrita-me ao ponto de me fazer sair da minha hibernação bloguistica.

Não que eu pense que o Varela é um virtuoso e venha a ser uma mais-valia para um rival. Nem me irrita que uma equipa lucre com um jogador em que o Sporting investiu durante anos sem agora ver um chavo. Nem sequer que o Sporting tenha alienado um activo, sem que tenha assegurado qualquer retorno futuro. Não, isso não me irrita. Isso enfurece-me.

O que me irrita é a samaritana política desportiva do Porto. O Porto é o clube que, regularmente, vai buscar jogadores de clubes pequenos, a troco de uma esmola, um par de jogadores emprestados e o eterno agradecimento por sempre ter sido como um pai. Os jogadores, esses, acabam como um Mário Silva, um Bruno, um Marco Ferreira, um André Vilas Boas, um Rodolfo, um Areias, um Clayton, um Soderstrom, um Rafael, um Alan, um Jorginho, um Lino, um Ezequias: Acagaçados pelas bancadas ao lado dos Superdragões, até receberem, meses depois, o alívio do empréstimo com que voltam a alimentar o epíteto de ‘Porto, amigo dos pequeninos’.

Aliás, na realidade, não fosse pela necessidade de ‘distribuir riqueza’ pelos clubes pequenos (ou pagar-lhes as dívidas), não se justificaria a compra da maioria desses jogadores, já que o número de jogadores formados no clube com contratos de longa duração e que nunca virão a jogar no clube mais do que um minuto na Taça da Liga seria suficiente para fazer 3 equipas.

A confirmar-se a venda, o Drogba da Caparica não vai fazer nada ao Porto. Ou melhor, vai. Como o Cissokho (dou o benefício da dúvida ao Miguel Lopes e apenas por gentileza). São uma oportunidade de mostrar quem é amigo, quem está disponível para dar uma mãozinha desinteressada nos momentos difíceis. E a quem não se nega um favor, quando é preciso.

Ou será que o Varela vai fazer a diferença no Dragão? Como o Bruno, o Marco Ferreira, o André Vilas Boas, o Rodolfo, o…