Tuesday, October 30, 2007

Dianabolcaos - The Unreal Thing: classificação de Outubro

Num mês em que se jogou muito pouco para o campeonato, decidiram Académica e Naval entalar a esmagadora maioria dos nossos visionários apostadores, cujos palpites contemplam, quase invariavelmente, estas duas potências da Beira Litoral. Porém, esta surpreendente subida das duas formações na tabela classificativa revelou-nos uma coisa: quem é que tem arcaboiço para suportar uma eventual surpresa no final da prova - vejam bem quantos apostadores não conseguiram fazer um pontinho inteiro, sequer. Um formoso e poderoso quarteto lidera então a classificação - provisória mas pontuável (0,5 pontos para o Boloposte) -, sendo que são os únicos que apresentam números dignos de quem percebe alguma coisa de bola. É de notar que é tudo malta com grau académico, das classes A/B, sexo masculino, benfiquista (ou quase) e que, nos tempos livres, trabalha - uma vez que na maior parte do tempo governa, com mão de ferro, o respectivo blogue. Não desanimem as senhoras nem aí o resto do pessoal das pontuações decimais. Trata-se apenas de um jogo que ainda não chegou ao fim e que serve, basicamente, para eu ganhar. Dê por onde der.

1.º Boloposte: 7,5

1- U. Leiria - 6
2- Boavista - 1,25
3- Académica
4- Naval
5- Leixões - 0,25
6- E. Amadora

(Acumulado: 0,5 - Outubro)

2.º Vigilant Sidekick: 5,875

1-Académica
2-Leiria - 5
3-Naval
4-Leixões - 0,375
5-Boavista - 0,5
6-FC Porco

3.º Bulhão Pato: 2,5

1- Académica
2- P. Ferreira - 2,5
3- Naval
4- Nacional
5- V. Guimarães
6- V. Setúbal

4.º Diego Armés: 1,75

1- Naval 1.º de Maio
2- Académica
3- Vit. Setúbal
4- Paços de Ferreira - 1,5
5- Leixões - 0,25
6- Nacional

(Acumulado: 0,5 - Setembro)

5.º Metralha: 1,125

1- Estrela
2- Leixões - 0,625
3- Naval
4- Académica
5- Setúbal
6- Paços Ferreira - 0,5

6.º Samantha: 1,125

1- Naval
2- Leixões - 0,625
3- Académica
4- V. Setúbal
5- Boavista - 0,5
6- E. Amadora

7.º Helena Henriques: 1

1- Setúbal
2- Académica
3- Boavista - 1
4- E Amadora
5- Naval
6- V. Guimarães

8.º Zé Carlos: 0,875

1- Naval
2- Académica
3- Setúbal
4- Boavista - 0,75
5- Estrela
6- Leixões - 0,125

9.º Rui Silva: 0,875

1- Naval
2- Setúbal
3- Académica
4- Leixões - 0,375
5- Boavista - 0,5
6- E. Amadora

10.º Mago: 0,75

1- Vit. Setúbal
2- E. Amadora
3- Académica
4- Boavista - 0,75
5- Naval 1.º de Maio
6- V. Guimarães

11.º Férenc Meszaros: 0,75

1- Naval
2- Académica
3- Leixões - 0,5
4- Vit. Setubal
5- Est. Amadora
6- Boavista - 0,25

12.º Tiago: 0,625

1- Naval
2- Leixões - 0,625
3- Estrela
4- Vit. Setúbal
5- Académica
6- Nacional

Friday, October 26, 2007

Avisos à navegação: o próximo plantel do C.D. Fátima

O Centro Desportivo de Fátima, tendo descoberto o caminho para o sucesso milagroso, planeia o plantel do próximo ano e se o plano se concretizar, caríssimos, qual Milan, qual Manchester, Barcelona ou Real – a UEFA que se cuide, a coisa promete ser mais devastadora que as sete pragas do Egipto.

A cor do equipamento é, obviamente, para manter, as alterações começam na equipa técnica, embora Rui Vitória traga bons augúrios, nada como Jorge de Jesus. Foram ponderadas outras opções; a opção Paulo Bento (o penteado ajuda e o nome é pio) mas era duvidoso que, após a eliminação, já agendada, da Taça da Liga, o homem não ganhasse sentimentos ímpios; já o nome de Jesualdo foi rejeitado por de alguma forma lembrar quem quer e não pode; obviamente também foi ponderado Special Mourinho, considerado fora de questão pois, não lhe bastando o nome de pequeno infiel, ainda por cima, ninguém pode garantir que não se canse do Armani e passe a vestir Prada, ora consta que isso são modas do inominável.

O plantel será totalmente remodelado, na defesa transitam Samuel, Índio e Bispo. Para completar a defesa pretende-se o central João Paulo (Porto), Tiago Valente e Antunes mas passando a usar o nome Valentino Gabriel. No meio-campo a Edu Castigo (com o nome Castigo, só pode ser temente) e Cícero Jesus, juntam-se Paulo Assunção, Elias, Mateus, Ivan Santos (chamando-se apenas Santos, que Ivan é coisa de czares e não foi aprovada), Domingos e André. O ataque será composto por Simão, Di María, Filipe Anunciação, o júnior Moisés e, claro, Quaresma.
O plantel completa-se por um trio de Guarda-redes totalmente novo, a saber Ventura (FCP), Tiago (SCP) e Nuno Espírito Santo (obviamente o titular).

Poderão apontar que o plantel não está equilibrado, que será complicado por esta gente a jogar como uma equipa; além do mais o que faz um Índio no meio de tanta santíssima evocação, elementar meus caros, evoca a evangelização.

Notarão os adeptos do SCP que, do seu clube, apenas consta o mal-amado Tiago, pois bem, já sabem o que vos reserva a próxima entrada do Bispo em campo, lá para dia 31 ... Se com o Porto foi eliminação em penáltis, ao Sporting só resta mesmo a humilhação.

Mas há mais, as claques, os Pastorinhos, naturalmente, cujos cânticos têm efeitos estranhos no adversário - estão a ver aquela voz habitual dos ave-marias com que uma adepta do Fátima exprimia a sua alegria frente a uma Tv, aplicada a golo? Ou a Allez Fátima, allez? No mesmo tom? Mas a arma secreta da claque poderá ser rezar o terço antes do primeiro golo - o efeito num estádio de futebol é impressionante, pensa-se que mais intimidatório para os adversários que a haka do râguebi neozelandês.

O plano está elaborado e em nome da evangelização, o Fátima parte em velocidade de cruzeiro, directamente da Liga dos últimos para a Galáxia do Futebol.
Temei ímpias potencias do futebol, temei.

Wednesday, October 24, 2007

Célticos, dizes tu? Oh!, minha querida...

Quem me conhece, sabe que não sou pessoa de ter grandes certezas. Aliás, raramente não tenho dúvidas. Isto, ao contrário do que sucede com o nosso Presidente - o sr. Silva, não o Vieira -, acontece comigo precisamente para que nunca me engane, de facto. Não faço apostas nem teimo. Quando estou seguro e convicto, elaboro planos ou faço previsões. E acerto. Não estou a gozar, não. Isto é mesmo assim. Quem joga, ou mesmo quem assiste, às disputas do Dianabolcaos, sabe que falo verdade. É um dom, o que é que eu posso fazer?...

Isto porque tenho aqui a minha costureira favorita a melgar-me as orelhas a propósito de uns tais de celtas ou lá o que é. Já lhe respondi dezassete vezes, mais ou menos, que são favas contadas. Aquele equipamento larilas - aquele, sim, traz ao de cima espírito mariquinhas e choramingas de quem o veste - não engana. São muito católicos, está bem, e isso tem dado frutos nos últimos tempos. Mas não podemos confundir episódios em que às divindades cristãs lhes basta inspirar jogadores de segunda divisão para levar de vencida gente fraquinha com uma cambada de escoceses - e a gente sabe do que é que os escoceses gostam... - que vem à Catedral benzer-se, iluminar-se e, eventualmente, sair de joelhos, vergados ao peso da punição, elucidados acerca do termo "sacrifício".

Repito, Helena: menos que três é empate, logo à noite. Que clube de medricas usa como símbolo um trevinho da sorte? Ai, um trevinho, que bonito... A seguir temos o quê? Os três pastorinhos? A Virgem? Quem entra em campo assim vestido é porque vai com miaúfa. Achas que me rala se o Bergessio é titular? Ou se o Cardozo fecha os olhos quando se encolhe para... err... "cabecear" a bola? Ou se o drogadinho vai fazer parelha com o Maestro? Menina, eu já os vi, naquele tapete sagrado, ganhar ao Manchester com um golo do Beto. Do Beto, senhores!... Ainda mais agora, que o milagre está na moda... Isto hoje nem precisa de mezinha! Está no papo. Vai lá até com auto-golos. E amanhã cá estarei para ajustar contas com os espertalhões que agora me vierem atazanar o juízo na caixa de comentários. Vinde, vinde, que vos rezo o terço...

Tuesday, October 23, 2007

Por falar em atrasos...

1. Depois de ter deixado Stojkovic de fora da convocatória devido ao atraso do... err... estrangeiro, Paulo Bento teve um primeiro contacto com a expressão "justiça poética".

2. Diz-se por Alvalade que o "atraso" é disciplina para fazer escola nas camadas de formação. Doravante, a tendência é para o pessoal sair de lá atrasado. Alguns sócios já esfregam as mãos: os prodígios sairão só depois dos 30, pensam eles...

3. Soares Franco já veio reclamar, dizendo que este atraso não é falta, é greve.

Monday, October 22, 2007

Constatação muito muito simples

Stojkovic tem mesmo um problema com atrasos.

Friday, October 19, 2007

O sapatinho da Dona Imelda. Ou, a excentricidade das elites


Os dias da Senhora Dona Imelda Marcos, antiga primeira dama das Filipinas, deviam primar pelo tédio absoluto: A senhora acordava de manhã e, depois de mandar açoitar as suas empregadas, conspirava contra os inimigos do seu marido Ferdinando, em alcovitices elevadas a assuntos de Estado. Acabava de conspirar e ia comprar sapatos. Se as lojas de Makati Av. já tivessem trazido a nova colecção, então ainda ia jantar a casa. Se não, mandava açoitar os lojistas, pegava no avião do marido e ia comprar sapatos a Nova York, Londres ou Paris. Aí o Ferdinando, tinha que jantar sozinho, o que o deixava de mau humor.

E era vê-la feliz, calcorreando a Fifth Avenue com a sua pouchette Chanel debaixo da sua cheirosa axila, perseguida por um rebanho de recém-açoitados criados todos eles equilibrando pilhas de sacos, fuçando cada montra de cada loja de griffe, histérica para sugar cada par de sapatos que lhe aparecesse em cada escaparate. E de noite, cansada mas com os seus obsessivos caprichos momentaneamente satisfeitos, puxava os lençóis de cetim da sua penthouse no Waldorf-Astoria e, depois de açoitar mais uns empregados, sonhava em ser uma centopeia.

Este alarve consumismo será certamente um laivo de extravagância de novo-rico que, quiçá por esta estupidez característica de assalariado, sou incapaz de entender. No entanto, não posso evitar de reconhecer paralelismos entre a paixão da Senhora Marcos por sapatos e o fetiche desta Direcção do Sporting por relvados.

Quando soube que o Sporting ia novamente trocar de várzea, decidi investigar. Roubei o cachimbo de Varatojo ao meu encarregado (uma jóia de homem, não desfazendo), comprei uma lupa de plástico no quiosque da Adélia e fui então ao jardim tirar esta história a limpo. Sabia que ia lá encontrar o Ti Agostinho, zelador do jardim, funcionário da Câmara, que entre uma sueca e um dominó com os amigos lá nas mesas de betão armado, ainda arranja tempo para avisar o rapaz mais entusiasmado para tirar a mão de dentro da blusa da miúda. A minha pergunta foi directa: ‘Ó ti Agostinho, com a gente que passa por aqui por cima da relva você deve mudá-la cada 3 horas, não?’ E o ti Agostinho, com a tranquilidade da pré-reforma, mandou-me ir chatear o Camões. Hmmm… A resposta foi inconclusiva. Resolvi então insistir: ‘E se forem 22 pessoas a correr aqui em cima durante hora e meia cada quinze dias?’ E o Ti Agostinho, na sapiência colhida em muitos anos de taberna, responde-me: ‘Tás palerma, ó quê? Isto é relva da boa, não é merda daquela que vem lá do estrangeiro. A culpa é da CEE, que ‘távamos era melhor sozinhos’. Fiquei esclarecido.

Confesso que andava preocupado por a veia aristocrática e consequentemente excêntrica do Sporting, nos últimos tempos, se ter revelado de forma tímida. Recordo tempos de vida faustosa, quando inúmeros Kmets e caros Balajics eram euforicamente espalhados pelos plantéis em excessos de fidalguia. De repente, no entanto, tudo mudou. ‘Ora desde quando é que ser pobre, não ter dinheiro e ter compromissos financeiros serviu de desculpa para não se ter um viciozito inocente?’, já dizia a D. Imelda, enquanto, de dentro do seu Mercedes de ouro, acenava ao filipino que tinha deixado os seus filhos a brincar no meio da lama com os ratos, só para ver a primeira-dama passar.

Mas agora que vejo que alguns tiques incompreensíveis, esbanjadores e irresponsáveis continuam por Alvalade fico duplamente descansado: Afinal, ainda se encontra viva aquela alma extravagante e caprichosa que caracteriza a gente distinta e que nos aproxima daquele estereótipo de classe historicamente elitista que é a nossa fundação; Por outro lado, demonstramos que somos capazes de não nos auto-discriminarmos definitivamente em relação aos outros clubes, já que alguns traços comuns de decisões questionáveis e gestão inconsciente e inepta mantêm-nos todos unidos.

Mas no entanto, algo terá que ser dito em favor dos nossos dirigentes: Sempre é melhor negócio comprar 4 relvados em 3 anos do que gastar dinheiro num Binya…

Tuesday, October 16, 2007

O novo-cretinismo

Quando não há bola que preste, o que é que uma pessoa faz? Uma pessoa lê. Pelo menos, aqui na redacção, é isso que a gente faz. Ultimamente, com os jogos da selecção e o consequente aumento exponencial do índice de tédio, temos até praticado uma nova modalidade. É o "toma lá este, que eu já li, passa para cá o teu" e é uma espécie de busca desesperada de algo que nos provoque uma qualquer expressão facial, um esgar, um sorriso, uma fungadela, uma gargalhada alarve milagrosa. Explicada a situação, nos últimos dias, sempre que acabo de ler A Bola, troco com o Férenc - "pasa p'ra cá o Record" e ele passa, embora ainda só vá a três quintos da leitura. Já tentámos incluir a Helena neste esquema de trocas, mas ela não abdica da sua Maria e, para enganar o seu próprio tédio sem ter de entrar em trocas, passou a comprar também a Ana + Atrevida, cujas dicas sobre o desempenho sexual têm feito maravilhas lá em cas... err... segundo o Férenc, que eu nunca li aquilo. Ele é que vai lá espreitar, de certeza.

Esta nova aventura no mundo do conhecimento e da comunicação futeboleza abriu-nos novos horizontes e permitiu-nos o contacto com seres e substâncias alienígenas que, de outra forma, permaneceriam no limbo do nosso desconhecido. E se, ontem, o Férenc desencantou um número engraçadíssimo, ah ah ah, acerca do dodotismo d'A Bola para com a Gloriosa Instituição, eis que hoje eu me espanto com algo não menos notável: um novo cretino no Record. Eu tinha para mim que, numa escala de cretinos, o fundo era o Alexandre Pais. E, ainda mais abaixo, o buraco escavado era o José António Lima. Isto, é claro, porque eu era um ignorante sem consciência da própria ignorância. Mas, agora, que ignoro mas sei que o faço, tal como Sócrates (o antigo), o caso muda de figura. A verdade, meus lindos, é que descobri o Rui Santos e isso abalou o meu cretinómetro.

Disserta Rui Santos, na última página do pasquim verde, acerca do Apito Rosa, uma espécie de teia conspirativa em tons femininos que arruinaram Pinto da Costa. Antes de mais, com tanto apito, e sendo este rosa, ainda por cima, a coisa fica à beirinha de um abismo: o da piadola fácil, trocadilhos que metam ao barulho a palavra "apito" e a característica distintiva fundamental da mulher. Mas o Dianabol prima pela elevação e pelo consumo de substâncias caríssimas, pelo que não cairei na tentação de dizer uma gracinha assim. Foquemo-nos na prosa de Rui Santos - sim, porque a teoria em si tem muito pouco interesse. A prosa, essa, merece leitura atenta.

"O pai da literatura inglesa, há uns bons pares de séculos, questionava-se 'o que haverá de melhor do que a sensatez? A mulher. E melhor do que uma boa mulher? Nada.'" escreve o artista na abertura do seu texto - e, por esta altura, o dianabólico leitor já fervilha em perguntas e reclamações, aposto. Mas eu, ignorando a leviandade com que um escriba de bola se põe a falar sobre as qualidades da pessoa feminina, atiro-me ao que me interessa: mas quem é esse tal pai da literatura inglesa? Há um bom par de séculos, William-Henry Ireland ou Elizabeth Bonhote, por exemplo, eram nomes da literatura gótica britânica. Serão estes os responsáveis pelo nascimento - tardio, diga-se - da literatura inglesa? Para que a pergunta se torne ainda mais complexa e densa, acrescento a frase com que Rui Santos encerra este brilhante primeiro parágrafo: "Já Voltaire - a-ah, Voltaire!... este Santos é um poço de cultura... - proclamava que Deus criou as mulheres apaenas para domesticar os homens". Notável. Palpita-me que, tal como eu fiz para desencantar dois nomes da literatura inglesa de "há um bom par de séculos", Rui Santos foi ao Google. Aí, terá efectuado uma busca por "notable quotes" e, uma vez chegado ao site, sacou "um bom par" de frases relacionados com a mulher. É bem esgalhado. Ainda estou intrigado com aquela do pai da literatura... bom, adiante.

Rui Santos brilha ao longo do texto, explanando a sua verve sobre a página que amanhã, injustamente, servirá para forrar caixotes do lixo em casas pobres ou limpar vitrinas em pastelarias de bairro. Veja-se esta "é tempo de se perceber que há um apito dourado no feminino. O Apito Rosa". Eu estremeço. A sério, não estou a inventar. Rui Santos, para além de ter um "bom par de óculos", é, sem dúvida, o pai da literatura no Record. Mas ele não se detém. Por exemplo, fala da luta de Pinto da Costa - contra o poder supostamente centralista e "terreiro-pacista" (?!?!) no futebol - recorrendo a termos e expressões como "quebrou a espinha da hegemonia capital com a coronha da espingarda", num registo lírico-bélico, ou "pelo caminho até à necrópole", numa tirada mais fúnebre, ou ainda "destroçando pelotões na terra e as vagas supersticiosas no mar. Não havia mulheres nem sereias no horizonte", numa conversa já a sugerir a necessidade do acompanhamento clínico. Eu diria que Rui Santos tem, para além de um bom par de demências, o registo de paternidade do poema épico no jornalismo desportivo português.

Eu estou impressionadíssimo com este talento que se revela. E estou, também , disposto a modificar a minha escala antónio-límica, aka cretinómetro. Sem dúvida, este Rui Santos dá-me que pensar. Quando penso que percebi a ideia, eis que ele faz a revienga e o rodriguinho, e eu, prostrado, rabo no chão, olho com espanto o seu remate final "o apito rosa é uma história de espionagem, inspirada em Mata-Hari". Vai buscá-la.

Saturday, October 13, 2007

Um novo recorde do Guinness

Ou muito me engano ou o Glorioso vai a caminho de mais um prestigiante recorde mundial: O do rabo mais limpinho do Mundo. Creio que não será necessário remexer enciclopédias nem folhear almanaques para se ter a certeza que a mais nenhum clube do Mundo lhe lamberam tanto o rabiosque.

A última vem de uma língua habitual, que mais uma vez se esmerou para atingir o Olimpo dos ridículos: No dia em que a selecção nacional de futebol, orientada por um adjunto apelidado de ‘Murtosa’ devido à suspensão do ‘Primeiro Bigode’, joga uma partida que decidirá o seu futuro no panorama internacional durante os próximos anos, ‘A Bola’ decidiu, na sua primeira página, prestar mais atenção aos fantásticos bíceps de um soturno camaronês que fez um ou dois jogos como titular no Benfica.

Mais: o jornal decide conceder-lhe as ambicionadas páginas centrais. A razão deste protagonismo prende-se com a sua afirmação no onze do ‘maior clube do mundo’? Marcou golos importantes ou foi decisivo em vitórias históricas? Ofereceu anti-transpirante ao Camacho? Nada disso. O que traz Binya para a primeira página é o surpreendente facto de ser capaz de lançar a bola a 29 metros de distância nos lançamentos de linha lateral. Não é relevante? Pois deviam então saber que o Zé Camacho chegou mesmo a tirar a bola das mãos do Maxi Pereira e dar ao desdentado do Binya para que fosse ele a lançá-la. Está lá tudo n’A Bola, de língua esticadinha.

Wednesday, October 10, 2007

Boavista: a historia ingrata de um cozido que leva loureiro

Quis o destino que o segundo clube do Porto fosse o Boavista.
Poderia (e deveria) ter sido o Salgueiros (porque é Sport, assim, em inglês, como manda a proximidade anglófona à cidade do Vinho do Porto; porque é Comércio, a actividade amantíssima do burgo e Salgueiros, escolha parnasiana de quem cria um clube na rua, ao pé de um candeeiro).

Mas não! Este clube que presta homenagem a uma avenida singrou contra ventos e marés, com a casmurrice própria dos seus líderes. Não sendo um clube de 1ª Divisão, está talhado para ser um habitual sobe e desce.
As razões que o tornaram campeão nacional são as irracionalidades do futebol nacional e nem é preciso explorar muito para ver em que condições tal aconteceu.

Afinal, a gestão moderna e agressiva não passou de uns truques de mercearia; a proximidade com a política autárquica só serviu para crucificá-lo; a obsessão em ombrear com os três grandes tornou-o um anão de fraque.

Em Portugal – sejamos realistas – não há lugar para 4 grandes! Serão, por muitos e longos, anos 3 grandes e 5 médios (clubes que podem ambicionar ocasionalmente um terceiro lugar). A regra para aparecer clubes que ambicionem superar a mediania tem a ver com politicas desportivas de longo prazo e uma série de outros factores extra futebol (sociais, económicas e políticas) que não me parece venham a ocorrer neste século (XXI).

Cresceu cercado de uma malha habitacional e não teve a visão de alienar o espaço e encontrar outra área de implantação; criou equipas musculadas e combativas pejadas de estrangeiros quando tinha (ainda tem) uma boa implantação na formação (não esquecer João Pinto e outros valores mais recentes que o Porto tem aproveitado); desenvolveu uma imagem ambígua entre a proximidade aos grandes e o “coitadinho que fomos roubados”; tem uma implantação banal junto do público e mesmo quando foi campeão não teve muitas vezes o estádio cheio.
Poderia ter sido o clube mais “socialite” de Portugal se o futebol fosse apenas uma ocupação e os seus líderes outra imagem, privilegiando outras actividades mais bem e enquadradas na malha social onde estão inseridos.
Não tinha as armas dos grandes, mas os seus líderes mais recentes vociferaram de tal forma que chegaram a ser temidos.

Mas mais do que a dimensão, a localização e os seus presidentes, o motivo principal da minha embirração tem a ver com as camisolas!
Homens vestidos de tabuleiros de damas percorrem o campo e é assim desde os anos 30. Não admira que os jogadores processem o clube tantas vezes!
Ao longo dos últimos 70 anos os quadrados aumentaram mais centímetro, menos centímetro, não mais que isso.
Sinceramente, não há um designer que dê um jeito àquilo!

Vinhas

Monday, October 08, 2007

Râguebi: a revelação de uma nação

O râguebi é um desporto giríssimo. E não o digo por assumir publicamente o que escrevo, assinando com o meu nome verdadeiro, e recear que alguém com 1,90m por 2,15m, numa armadura que ostenta de 120 a 140kg, descubra quem eu sou e tenha a infeliz ideia de me vir pedir satisfações, ao cair da noite, ali para os lados da Graça. Eu disse Graça? Cof cof... hrum... eu queria dizer Alcântara. Não, Alcântara não, que ainda fica muito perto... err... Odivelas. É isso, Odivelas. Eu moro é em Odivelas. Mas continuemos com o râguebi. Um grupo de jogadores dessa modalidade, até há pouco praticamente anónima por cá, resolveu associá-la a um nome particular no imaginário colectivo do tuga-typical: Uva. Quem não sabe quem são os Uva do râguebi não merece ser português. Isto dito assim pode parecer ironia barata, mas não o é, ok? Só para que fique claro, eu achei tremendamente positivo o desempenho dos lobos lá na França. Aliás, os lobos adaptaram-se e assimilaram rapidamente o comportamento instituído do português na França, adoptando a mesma atitude humilde, de muito muito muito pobre mas muito muito muito mais honrado. É bonito de ver e pode até ser um exemplo para as próximas gerações saídas das entranhas das Beiras e de Trás-os-Montes, em busca do sonho francês (passar 30 anos a lavar escadas para amealhar o suficiente para alugar um Reanult 25 em Agosto e vir à terra verificar se os alumínios estão bem montados lá na maison de vacances). Mas já estou a dispersar-me em dissertações sobre os movimentos sociais, a moda do salto durante a ditadura... ups, eu disse ditadura? Não era nada disso que eu queria dizer, era isto: democracia progressista do Estado Novo. Não me confundam, eu não sou um comuna. Belhéque... Com isto de pensar nesses vermelhos até me perdi. Bom, no fundo, o que eu queria dizer era que o râguebi conquistou o coração patriótico do tuga e se instalou, pelo menos temporariamente, no quotidiano do consumidor desportivo médio, do léxico às regras, da atitude à opinião táctica, não esquecendo os rituais ou o comportamento em campo.
Comecemos por este último item. Não sendo Simon (a quem toda gente trata por Vukcevic) um tuga-typical, não se pode dizer que a realidade do português estereotipado lhe seja estranha. Vejamos: é emigrante (i, para nós), veio ao engano em busca de um sonho, tem um cabelo demodé e não fala nem percebe patavina do idioma de Almada Negreiros, Luís de Camões, Vasco Uva, Gil Vicente ou Sousa Veloso. Logo, não será de estranhar o entusiasmo pelo râguebi que Simon demonstrou - tal como qualquer bom português vem demonstrando -, sábado passado, nos vários tapetes de Alvalade. Notável a sua noção de placagem - e aproveito para deixar aqui uma palavrinha ao Tomaz Morais - o seleccionado do râguebi, como todos sabem... quem é que não sabe? -: mister (diz-se mister no râguebi?... hum...), este Simón era de naturalizar, como se fez com os argentinos amadores, e convocá-lo. Arranjava-se-lhe um emprego miserável qualquer - advogado, veterinário, economista... sei lá, qualquer coisa que o deixasse à míngua a partir do dia 15 de cada mês - e pronto, resolvia-se o assunto. O rapaz tem garra e tem força, é de aproveitar.
Mas, ainda mais do que as placagens de Simon, o que me comoveu foi a forma como outro grande português se deixou inebriar pelo espírito dessa modalidade pela qual todos nós nutrimos tanto carinho, paixão e afecto - falo do râguebi, não do vólei de praia feminino. Não sei se os meus leitores têm aparelho de televisão. Para os que têm, hão-de ter reparado, tal como eu, na tremenda falta de desportivismo de Lucho González na hora de bater o penalty, frente a Pedro Roma. Preparava-se o veterano da Briosa para executar o hakka, tal como vira na televisão aqueles de negro fazer - de negro, claro está, como os estudantes conimbricenses -, quando o argentino, talvez por distracção ou falta de conhecimento do desporto râguebista, decide partir para a bola e fazer o golo. Deixo aqui mais um apelo: por favor, alguém do staff portista que explique a esse argentino mal parido - p'rá tua terra, pá! - a importância do râguebi enquanto desporto nacional, fundamental no nosso quotidiano, símbolo da nossa orgulhosa nação. Mais: naquela ocasião, Elmano Santos, a bem do respeito pelo novo desporto rei, não teria outra opção que não fosse mandar repetir a grande penalidade.
Espero agora que, depois destes dois exemplos do fim-de-semana, o râguebi se enraíze ainda mais profundamente nas nossas tradições e que o futebol vá, aos poucos, assimilando algumas das suas idiossincrasias. Assim de repente, lembro-me de uma regra que poderia ter o seu sucesso: o passe deliberado para o guarda-redes, por exemplo, podia ser feito com a mão, desde que fosse atraso, portanto, para trás. Com o pé também se poderia fazê-lo mas, nesse caso, o guarda-redes não poderia segurar a bola. Não sei se esta regra já existe. Fica aqui a sugestão.

O Ódio II – Um dia de trabalho do Sr. Scolari

Sopram as brisas que o Sr. Scolari ganha cerca de 150,000 €/ mês. As explicações de matemática que o guitarrista nos obrigou a ter aqui na redacção, para ver se finalmente percebemos as contas do ‘Dianabolcaos – the unreal thing’, deram muito jeito. Assim consegui calcular quanto nos custa, por dia, cada actividade do Sargentão num dia normal de trabalho, desde que acabou o Mundial (são os números que estão em parêntesis, para quem não tenha entendido…). Não que antes do Mundial a vida fosse substancialmente diferente mas ainda não existia a TV Record.

10h – Espreguiçar, bocejar e dar beijinho na N. Sra. do Caravaggio (17,25 €)

10h05m – Aparar o bigode (138 €)

10h45m – Pão com goiabada e chá de menta (69 €)

11h05m – Enfiar o fato de treino (17,25 €)

11h10m – Comprar o jornal (69 €)

11h30m – Ler o jornal no café. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele (207 €)

12h30m – Passeio de regresso a casa (27,60 €)

12h38m – Bate papo com o vizinho. Chama-lhe ‘burro’ quatro vezes (34,50 €)

12h48 – Continuação de regresso a casa (41,40 €)

13h – TV Record, a treinar directos de esquerda. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele (103,50 €)

13h30m – Moqueca de Peixe ou feijoada, depende do dia (207 €)

14h30m – Cachaçinha com mel e limão, em frente à piscina (103,50 €)

15h – Sesta (207 €)

16h – Shopping com a patroa ou ouvir um Chitãozinho e Xóxóró. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele (207 €)

17h – Braçadas na piscina e apanhar um solzinho. TV Record no Inverno, a treinar directos de esquerda (207 €)

18h - Chopinho com o Murtosa e o Darlan. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele (207 €)

19h – Preparação do próximo jogo da selecção: Terço à N. Sra. do Caravaggio (207 €)

20h – Treinar uppercuts e directos de esquerda. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele (207 €)

21h - Churrasquinho a ver novela da TV Record (207 €)

22h – TV Record. Pagodinho à 6a feira (414 €)

00h – Vestir pijama e beijinho na N. Sra. do Caravaggio. Liga ao Quaresma para saber se está tudo bem com ele. Cama (2,070 €)

O dia-a-dia do Felipão é comprovada pelas convocatórias (até esta última, pelo menos) e pelo conhecimento que demonstrava dos adversários.
A excepção a esta rotina dá-se durante as concentrações da selecção: Parece que lá ninguém lhe arranja pão com goiabada...

Para quem não se quer dar ao trabalho de fazer as contas, isto tudo dá quase 5,000 € por dia. Mil contos dos antigos. Por dia. Como se pode julgar pelos últimos jogos, bem merece o que ganha. Tem as mãos cheias de calos, o raio do homem…

Wednesday, October 03, 2007

O Outono e o desejo - ou as águas estagnadas da existência

Vida entediante esta que levo. Ninguém me traz novidades. Ninguém me faz vibrar com surpresas. Nada me pasma, nada me muda... Oh, triste sina a de ser poético no Outono, onde a cadência das folhas débeis são a solitária beleza, única razão de espanto, fundamento único para a contemplação e o deleite. Viro as folhas d'A Bola como se revirasse e lesse as linhas das caducas de um plátano. E ei-lo, caduco e imutável, o Lima - oh, Lima, que nunca mais um Almeida te varre, Lima... Como as estações do ano, que o dividem em quatro lados exactos e inconscientes, o Lima, quadrado e sem consciência, faz o que dele se espera: cai e continua a cair numa eternidade de Prometeu que fez do Outono o seu universo.
Mas continuo, expectante. Porque eu acredito! "Tragam-me o caos!" exclamo e exijo. "Mostrem-me a novidade!", sublinho a plenos pulmões. Mas, não, nada... Há Dianabol, mas o caos é uma miragem, a surpresa uma terna alucinação, fruto de um desejo carente. Eis a classificação...

1. Diego: 7,5

1.º Naval 1.º de Maio - 6
2.º Académica
3.º Vit. Setúbal
4.º Paços de Ferreira - 1,5
5.º Leixões
6.º Nacional
Pontos bónus acumulados para o final: 0,5

2. Bulhão Pato: 6,5

1- Académica
2- P. Ferreira - 2,5
3- Naval - 4
4- Nacional
5- V. Guimarães
6- V. Setúbal

3. Zé Carlos: 6,375

1. Naval - 6
2. Académica
3. Setubal
4. Boavista - 0,375
5. Estrela
6. Leixões

4. Rui Silva: 6,25

1.º Naval - 6
2.º Setúbal
3.º Académica
4.º Leixões
5.º Boavista - 0,25
6.º E. Amadora

5. Samantha: 6,25

1 – Naval - 6
2 – Leixões
3 – Académica
4 – V. Setúbal
5 – Boavista - 0,25
6 – E. Amadora

6. Férenc: 6,125

1. Naval - 6
2. Académica
3. Leixões
4. Vit. Setubal
5. Est. Amadora
6. Boavista - 0,125

7. Tiago: 6

1º Naval - 6
2º Leixões
3º Estrela
4º Vit. Setubal
5º Académica
6º Nacional

8. Vigilant Side-Kick: 5,5

1-Academica
2-Leiria - 1,25
3-Naval - 4
4-Leixões
5-Boavista - 0,25
6-FC Porco

9. Boloposte: 5,125

1.- U. Leiria - 1,5
2. - Boavista - 0,625
3. - Académica
4. - Naval - 3
5. - Leixões
6. - E. Amadora

10. Metralha: 4,5

1. Estrela
2. Leixões
3. Naval - 4
4. Académica
5. Setubal
6. Paços Ferreira - 0,5

11. Helena: 2,5

1º Setúbal
2º Académica
3º Boavista - 0,5
4º E Amadora
5º Naval - 2
6º V. Guimarães

12. Mago: 2,375

1.º Vit. Setúbal
2.º E. Amadora
3.º Académica
4.º Boavista - 0,375
5.º Naval 1.º de Maio - 2
6.º V. Guimarães

A generosidade. Ou como ficar rico em 3 cliques.

Talvez tenha sido destes dias de férias ou até da vitória suadinha ontem, mas a verdade é que estou de bom humor. Felizmente não estou de bom humor muitas vezes, porque normalmente costumo ser um mãos-largas. Como hoje. E não consigo controlar esta minha necessidade de oferecer a todos a oportunidade de se tornarem milionários. Ou quanto muito ganharem uns trocos, pronto. ‘Como?’ perguntam, aguados, os que acabaram de fazer o seu pagamento por conta ás finanças. ‘Tretas!’ exclamam os amargos desconfiados da generosidade humana. Calma, eu explico e dá para todos. Basta seguirem o conselho deste velho, bronzeado e generoso sábio: Já repararam quanto oferece a Bwin pela vitória do Shakthar contra o Glorioso? Em nome da intemporalidade do post acrescento mais uns caracteres para dizer quanto: 1 x 3,85! Por isso, vá, tirem lá as notas debaixo do colchão e toca a fazer fortuna. Mexam-me esse rabo, andem!

O Camacho já seguiu o conselho. Diz que vai comprar uma ilha no Dubai…

Tuesday, October 02, 2007

Vários dados, análises e outras cenas assim, acho eu

1.

O Benfica tem 7 golos marcados em 6 jogos. Comparemos: Lisandro, do folcuporto, tem 6 golos marcados em outros tantos jogos (nem sei quantos minutos jogou o argentino, mas dou de barato que até possa ter jogado os 90' em todas as partidas...).
Na Champions o Benfica marcou 4 golos em 3 jogos (contando o embate com o Copenhaga).
Na Taça da Liga... Tendo em conta a forma como foi obtido o golo, não vou sequer juntá-lo a esta estatística.
Conclusão: o Benfica marca (muito...) pouco mais do que um golo por jogo. Acresce que, dos 7 golos marcados na Liga, 6 foram obtidos em duas partidas consecutivas contra equipas do fundo da tabela - uma delas é última classificada e pode orgulhar-se de ter feito vergar o Taborda por 13 vezes, em 6 partidas, para tirar a pelota do fundo da rede.
Diagnóstico: este ataque está um bela merda, Camacho.
Sugestão: mete o Di María à esquerda; mete o Cardozo em cunha e o Nuno Gomes na posição 10; o Rodríguez pode muito bem jogar na direita; tira o Máxi Pereira, recua o Rui Costa para a 8 e mantém o Katsouranis na 6. Repetirei isto quantas vezes for necessário até que alguém te traduza o cabrão do texto - hoje acordei com vontade de falar mal. Posso? Bom...

2.

Do derby, já está tudo mais ou menos dito e esclarecido da parte do pessoal civilizado e não-mariquinhas. O Benfica mereceu claramente ganhar, tivemos azar, o Camacho falhou na táctica e não acertou plenamente nas substituições e o Pedro Henriques deixou por assinalar um ou dois penalties contra o sportém, mas eu, sinceramente, até nem acho isso grave, quero que se lixe. Querem roubar, roubem à vontade. Agora, se não se importam, desamparem-me a loja, carpideiras de merda, vão chorar para outra freguesia, pá! Já não vos posso mesmo ouvir nem ler nem... epá, até o Miguel Sousa Tavares vos chama Kalimero. Vale o que vale, que esse retardado também tem dias e dias, mas, seja como for, é sintomático.
Agora, aguardo impacientemente a croniquinha do retardado-mor, da florzinha listada, do senil com tempo de antena: José António Lima despacha-te, por favor, que eu ando a precisar de descarregar em alguém. Vá.
Não sei se já repararam, eu ando um pouco nervoso... Camacho. Hu-hrum... É só para avisar.
Ah, e o levezinho fez um figurão. Nem nas quedas aparatosas se deu pelo etíope, coitado. Como vês, Bola, o Luisão chegou para as encomendas e ainda sobrou. Vai buscar.

3.

O Shak...htar Donestsktsktsk... irra, isto custa a escrever, engasga-se aqui nos dedos... embrulha-se. Do-nest-ks... Os estrangeiros não são uma equipa assim tão fraquinha quanto os benfiquistas podem pensar. Se acham que este é o jogo fácil da Liga dos Campeões, desenganem-se. Vão por mim: ou a atitude muda - e o esquema de jogo, Camacho, o esquema... isto é um desespero, hombre... mas tu não sabes ler, caramba? Coño, pá... - ou o caldo vai entronar. Aliás, reformulo: se a coisa não muda, está a burra nas couves. Quem conhece a expressão, sabe o que é eu quero dizer quando digo isto. Depois não digam que não avisei.

4.

Publicarei brevemente a primeira tabela do Unreal Thing - Dianabolcaos. Nesta, será atribuído o meio pontinho ao líder. A classificação não irá contemplar o Bueno - caso tal acontecesse, eu ganharia já os 0,5 pontos e depois já sei que os apostadores tixas iriam ficar p'raí a choramingar "buuáááááá... és tão batoteiro, tens um sistema tão grande e poderoso... buuuuéééé, és tão mau e tão forte e tão belo e tão gentil...". Eu, quando quiser aturar alguém, trato de fazer filhos. Até lá, agradeço que não me incomodem. Fui claro?