Tuesday, July 31, 2007

No país dos tugas - Zequinhas e Zecões

Uma das coisas mais fascinantes em terras lusas é o justiceiro.
O justiceiro tem um dom, não precisa cá de provas, princípios da legalidade, imparcialidades, essas mariquices. O justiceiro sabe, decreta e executa a justiça poupando assim preciosos recursos - e é, curiosamente, de grande popularidade entre os tugas, principalmente nos media. A experiência diz que o justiceiro tem pés de barro, mas, tal como a tradição já não é o que era, a experiência é ignorada até que um justiceiro, um dia, se lembre de avaliar a sua actualidade. Ora assistindo a esta conferência de imprensa do presidente da federação, temos uma boa visão de um justiceiro, e temos ainda a oportunidade de apreciar como se decreta em directo pelas televisões uma verdadeira perda de paz (figura do direito criminal medievo que determinava algo do género de qualquer um dever "caçar" o criminoso). Pois é, pode haver instâncias jurisdicionais na Federação, mas o que importa é decretar em directo nos telejornais que ninguém deve convocar o jogador Zequinha durante um ano e o Mano por 3 meses - os tais malandros da selecção de sub-20, um deles já aqui falado. O justiceiro imaculado mantém um ar sereno enquanto oferece ao povo a justiça. Não deve ter sido o justiceiro a escolher o seleccionador (aliás excelente profissional, apesar de despedido, e não se aconselha todos os clubes e associações de futebol a não o contratar), nem a comandar o gabinete de imprensa que fez de duas selecções medianas as mais que prováveis vencedoras dos torneios em que iriam competir. É preciso ser eficaz a casar a culpa, e que melhores noivos que dois jovens de 20 anos? Dois piquenos que entraram num torneio convencidos de que eram os melhores - dizia nos jornais(!) - e, de repente, tudo corre mal, ainda por cima, os adversários jogam, e às vezes melhor! São os Zequinhas - verdadeiras vítimas, ainda por cima noivos à força da desagradável culpa (aquela com quem ninguém quer casar).

Vamos a outro caso, a estes podemos chamar os "Zecões". E que melhor exemplo deste tipo do que o jogo amigável de apresentação do Leixões. Este sim foi o verdadeiro encontro de Zecões, jogaram o Leixões e o Guimarães. Bom jogaram que é como quem diz, foram jogando sem grandes vontades concretizadoras até que, já no intervalo um desaguisado entre dois jogadores (um de cada equipa) gerou o verdadeiro encontro. Nada de especial, umas cabeças rachadas, uma adepta no hospital mas sem gravidade, como convém ao aquecimento para a próxima época. Provaram que, em algumas coisas, a tradição ainda é o que era...


Ficam algumas perguntas, por exemplo, o que diz o justiceiro dos Zecões? Nada? Isso é com a Liga de clubes?

Não sei porquê, não gosto muito do justiceiro, como tal proponho a todos os portugueses que não lhe digam bom dia e que atravessem a rua quando o virem! Que tal?

Friday, July 27, 2007

Sempre que brilha o sol naquela praia...

Porque o sol chama por mim... e não só o sol, mas adiante... porque férias são férias e o Benfica é o Grande e Glorioso Benfica, deixo-vos aqui uma mensagem para que a fixem com muita concentração e convicção: com ou sem Simão, o Benfica terá uma equipa forte para a próxima época. Equipa para disputar, ombro a ombro - como tem acontecido nos últimos dois ou três anos - todas as competições, frente a qualquer adversário. Para quem acha que exagero, lembrem-se daquela noite Gloriosa em Anfield Road... Dir-me-ão que, dessa noite, a imagem que fica para a história é o golaço do Simão. É certo. E haverá já quem pense "pois, e agora sem o Simão é que eu quero ver". Meninos, sem o Simão já eu vi, numa noite de Dezembro, com o Estádio da Luz ao rubro, o Manchester United ser categoricamente posto fora das competições europeias. E este ano hei-de ver mais fenómenos semelhantes. E agora, quem quiser que comente, com ahahah's, com piadolas, com concordâncias, discordâncias ou outras ânsias: eu vou de férias. Até breve.

Thursday, July 26, 2007

Um caso sério

Adeus e obrigado! Muito obrigado.

Para os que pensam que só sei dizer disparates, aqui fica a prova do contrário. Acho eu.
Falemos do Simão e da sua venda. Várias questões se levantam, e uma delas toma a dianteira: o discurso do Vieira sobre a cláusula de rescisão dos tais 25 milhões fez sentido? Mas há mais: depois de ver Pepe, Anderson e Nani vendidos por somas astronómicas, será que Simão é bem vendido por "apenas" 20 milhões de euros? Acresce que Simão foi, desde que chegou ao Benfica, o jogador mais temido pelos adversários - que a esta hora esfregam as mãos por não terem de voltar a defrontá-lo -, o melhor marcador da equipa em quase todas as épocas (a excepção foi, penso eu, 2005/06, quando foi 2.º melhor, atrás da Maria "Capitão" Amélia). Posto isto, e conhecendo o estatuto do (ex-)capitão dentro do Benfica, do balneário até às camisolas 20 que se vendiam, fez sentido a venda de Simão por 20 milhões de euros (mais dois reforços da lista de dispensas, provavelmente de qualidade duvidosa)?
Estas são questões que coloco agora, três horas depois do estado de choque em que entrei ao ver as manchetes dos desportivos nacionais (ainda estou para saber por que raio o Record atribui 25 milhões à transferência...). A lógica do meu estado emocional, caso não estivesse prestes a ir para férias e, logo, não existisse a suprema obrigação de opinar sobre este assunto o mais rapidamente possível, seria contratar uma carpideira e comprar um barril de Sagres de pressão. Ficaria fechado em casa durante 12 horas, até acabar com o barril e ficar farto de ouvir a velha. Depois, sairia à rua e iria empoleirar-me na estátua do Marquês a gritar "ZZzzzzziiiibbbããão... não vááájjjjjjjjj", com baba e ranho a escorrer-me pelos queixos. Mas, como estamos com pressa, sigo directo para as perguntas. Juntemo-las todas numa só: justifica-se a venda de Simão perante estas condições? Meus amigos, eu digo que sim. O valor não é uma maravilha. Mas Simão está de saída há duas épocas, sempre demonstrou vontade de experimentar uma nova "aventura" e tem quase 28 anos. O Benfica sempre pagou a Simão para que jogasse, é certo. Mas há coisas cujo o preço não se paga em dinheiro - e nisso, a atitude que Simão sempre teve, dentro e fora do campo, só podia pagar-se com uma atitude igualmente leal. Simão queria sair, o Benfica tentou encontrar uma solução que deixasse ambas as partes satisfeitas. 20 milhões é pouco? Não me parece. Simão, com 28 anos, valeu o mesmo que Nani, com os seus 20 e uma margem de progressão que poderá fazer dele um jogador de topo mundial - acrescente-se que Nani foi o melhor negócio da pré-época nacional, ao contrário das "mijinhas" de Anderson e de Pepe, com a maquia a ser dividida por várias partes e segundo condicionantes diversas. Os 28 anos de Simão impedem que o Atlético venha a ter retorno financeiro do investimento que agora fez - tê-lo-á no plano desportivo, seguramente, e daí que o investimento se justifique; mas Simão não voltará a ser vendido ou, pelo menos, não o será por valores tão elevados. Somando tudo e resumindo, parece-me que a venda de Simão a um clube perfeitamente inofensivo da Liga espanhola por 20 milhões de euros tem tudo para ter sido uma boa opção. Deixo apenas uma nota ao shôr presidente: não quero nem maniches nem costinhas nem outras merdices ostentando o sagrado manto, a digníssima veste, essa mesma que o pequeno 20 ostentou durante 5 anos, sempre com distinção.

PS - Desculpa Férenc, mas o contrato está assinado. Podes dizer mal dele mesmo estando o rapaz a lutar pela UEFA lá no covil dos tixas da Espanha.

Wednesday, July 25, 2007

A próxima época

FCP

Perante tantos recursos, Jesualdo deslumbra-se e encomenda as faixas depois da vitória sobre o Sporting na segunda jornada.

A equipa progride rapidamente até ao Natal, tomando o primeiro lugar no campeonato. No início do ano seguinte, e depois da venda de Quaresma a equipe ressente-se e há arrufos no balneário com tantos a querer jogar e a não poderem.

A esta desestabilização responde Pinto da Costa com o regresso de Postiga, inconsolável por ser suplente no campeonato búlgaro. Arrependido faz uma ponta final assinalável e Jesualdo, sem saber como (novamente) é tri-campeão.



SCP

Começo hesitante alternando derrotas com empates. Sente-se a falta de Caneira e Tello, mas ninguém recorda Ricardo que após algumas jornadas infelizes vai parar ao banco da equipe para onde foi e cujo nome não me lembro.

Os reforços destacam-se mas não o suficiente para saírem dos resultados comuns: 0x0, 1x1, 1x0 e 0x1!

O presidente antes mesmo do Natal começa a vociferar contra as forças ocultas do futebol que não deixam o SCP ganhar (o que é normal porque estão 15 a disputar o campeonato e não a figurar).

Pela Páscoa, com o campeonato perdido, o SCP ganha ânimo ou perde pressão (é uma equipa jovem todos os anos!) e desata a pressionar o Braga na conquista do segundo lugar. No final fica com acesso à Taça UEFA e ganha a inovadora Taça da Liga.



Braga

Regularidade do princípio ao fim, fazendo a vida negra aos grandes. Sem exibições de encher o olho porque o treinador foi um central e não está para essas coisas de jogar bonito, o Braga vai amealhando pontinho a pontinho, sem dar nas vistas e quando chega o último terço da prova está a 5 pontos da liderança e em 3º lugar.

A sua vitória sobre o Benfica na Luz será o seu grande momento!



Benfica

Começo deslumbrante da equipa encarrosada! Vitórias sucessivas alimentam o ego dos 6 milhões (actualmente menos 15% devido à baixa natalidade no Alentejo e Trás-os-Montes) e sobem o PIB nacional em 0,1% o que leva José Sócrates a querer comprar mais uma colecção Berardo para este lançar nova OPA sobre o SLB.

Tudo corre bem até que, pelo Natal... Simão vai embora para o campeonato inglês, Luisão foge para a Alemanha e Petit, com o desgosto, diz que vai abandonar no fim da época.

Perante tal hecatombe, Fernando Santos só tem uma solução: começa a ter encontros secretos com Scolari em Fátima, para que os dois guias espirituais o iluminem. Scolari aconselha Fernando Santos a contratar José Couceiro como adjunto e o resto vocês já sabem...



Guimarães

Carreira histórica deste grande clube que salta para a ribalta uefeira! Mas, o que seria o campeonato deste clube se não tivesse o estádio interditado três vezes pelo mau comportamento dos adeptos, uma média de 1,75 jogadores expulsos por jogo e não tivessem despedido e contratado o mesmo treinador três vezes ao longo do campeonato!





Vinhas

Nota do Autor: Este texto tem truque...

Monday, July 23, 2007

No país dos tugas - Uma janela de oportunidade

Tem anos em que a canícula por terras lusas é violenta, outros nem por isso. Instalada a estival forma de estar tuga, o ideal é que a canícula seja intensa para permitir uma justificada gestão dos descansos. Aliás a gestão de descanso é uma ciência cujo domínio exige competências específicas e particular concentração, veja-se o seleccionador de esperanças e a difícil relação que estabeleceu com os descansos nos torneios de sub-21 e sub-20, analise-se ainda a complicada gestão feita nas selecções de formação. Ora o Verão de 2007 não tem correspondido na intensidade da canícula, os galos do tempo (mistura genial entre utilidade e peça decorativa) andam cinza, raramente apresentam aquele precioso azul, o tuga anda deprimido, sem saber como cansar-se e muito menos como descansar.
A situação exige alguns cuidados, é necessário evitar o desespero, a desesperança mesmo. E não é com estuchas como o Torneio de Albufeira ou do Guadiana que se atinge este precioso objectivo - isto não é descanso, é tédio. É preciso algo mais forte. Vejamos o que nos apresenta a actualidade: os tixas estão com a telha por causa de um lateral esquerdo; os dragões não dormem com medo de perder o Quaresma e o Lucho, se dormissem sonhavam que tinham perdido o Jesualdo; os lampiões - grande maioria dos tugas - digerem o cor-de-rosinha e não querem dormir receando um pesadelo horrível. Ora não dormir ou ter pesadelos é altamente desfavorável ao descanso, por isso, nas horas vagas, todos procuram algo mais animador. Pois eu tenho uma proposta, olhando para os torneios deste Verão, constatando a falta de qualidade das arbitragens, eu acho que podia ser dada uma valia ao Zequinha, o criativo sub-20 que tirou o cartão ao árbitro. É que é de homem, está bem que não se adequa às pepineiras disciplinares da FIFA, mas que os senhores do apito as pedem, isso pedem, oh, se pedem. Então a solução bem poderia passar por criar nos regulamentos a figura do zequinha, um tipo vestido de branco cuja função é zelar pela qualidade da arbitragem, ao primeiro amarelo mal mostrado o zequinha acena da linha, ao segundo, o zequinha entra em campo e tira-lhe o cartão amarelo, se o árbitro insiste em prevaricar, é tirar-lhe o cartão vermelho, restar-lhe-á apenas o apito, pode dar-se o caso de continuar a apitar mal, nestas circunstâncias o zequinha deverá retirar-lhe o apito e obrigá-lo a fazer flexões entre os bancos e seguidamente ir para casa a pé. E então perguntam-me, mas e o jogo, quem arbitra o jogo? O quarto árbitro, claro, sendo que as funções do zequinha (que previamente lhe entregou os cartões e apito) se mantêm. Os fiscais de linha que prevariquem apenas podem levar uma bandeirada na nuca e dar duas voltas ao campo a correr. Estou convencida de que está aqui um projecto com potencial mobilizador para as hostes tugas, com a vantagem de internacionalizar e popularizar a criatividade lusa e simultaneamente salvar o mundialmente consagrado futebol espectáculo, ameaçado pelas actuações de trios indescritíveis e isto a FIFA terá de aceitar. Assim se salvaguarda a ordem no jogo protegendo-o ao mesmo tempo que se imortaliza o nosso jovem tuga dando-lhe o devido valor. E não é cansativo, pelo menos não muito.

Friday, July 20, 2007

Esquecendo Tello

Encontramo-nos a 3 semanas do primeiro jogo oficial da época – e do primeiro troféu a sério (mais que o troféu Cidade de Albufeira, rapazes!) – e ainda não temos alternativas para os lugares de lateral no nosso plantel. Se no caso do Abel ainda podemos meter umas almofadinhas nos joelhos, acender uma velinha e orar para que o Cerebrum que ele anda a tomar poupe aquela cabecinha de umas paragens, no caso do lado esquerdo aprendemos que não é por vestir a stromp que um aborígene papa-formigas aprende a jogar á bola. Aquela camisola faz milagres, mas só funciona em humanos.

Por isso, para além da quimera Caneira, o aloé vera que trataria qualquer problema da defesa de Alvalade, parece que aquela rapaziada de fato e gravata anda com problemas para encontrar um defesa esquerdo no mercado. A custo zero ou emprestado, que 30 Milhões de euros nos dias de hoje não dão para pagar uma bica… (uma pequena pausa para recordar que o FCP tem laterais esquerdos para a troca, tal como nós temos Farnerudes).

Se não arranjarmos outro lateral esquerdo e tivermos que ficar com o Ronny a criar-nos úlceras no duodeno, a culpa é do Tello. E se não ganharmos a Supertaça, a culpa é do Tello. E SE NÃO BATERMOS O RECORDE DE VENDA DE GAMEBOXES, A CULPA É DO TELLO. Pfff… pfff… Aguinha com açúcar... pfff… pfff… Aguinha com açúcar…

Não há dúvida: Precisamos de um lateral esquerdo. Quanto mais não seja para esquecermos o Tello. Ou melhor, para EU esquecer o Tello.

Reconheço que o meu problema com o Tello é pessoal: Sempre acreditei nele. Quando toda a gente o questionava, eu pensava que não era mau jogador. Estava mal orientado, não jogava na sua posição, precisava crescer. Afinal, um milhão e meio de contos é argumento suficiente para ter um pouco de paciência. E para mostrar ao mundo a minha fé, dou uma marretada no meu porquinho de loiça e lá vou eu comprar uma camisola com o nome do Tello nas costas. Mais: Vesti-a! Aguentei o bichanar dos descrentes que me apodavam de insano, o escárnio dos trocistas que zombavam com a minha convicção e estoicamente percorri os campos deste país com o peso da incerteza às costas.

E depois, faz-me isto! Claro que um gajo fica ofendido. Então acredito no homem e depois faz-me isto? Ah é uma questão pessoal, ah pois é! E o troco tem que ser dado, que isto com o anão não fica assim. E á falta de mangas para arregaçar e dentes á mão para partir á biqueirada, arranja-se um portátil, conexão Internet e manda-se um mail ao sacana para ajustar contas. Pode não ser muito macho, mas é moderno.

Estimado Rodrigo*

Soy de los que siempre creyó en tu potencial a pesar del tiempo que has tardado en demostrarlo. Esperaba que explotaras en el momento que alguien fuera lo suficiente listo para descubrir dónde coño deberías jugar tu en la cancha. Has sido afortunado, como, reconozco, ha sido afortunado el equipo. Puedes decir que han tardado en entenderte, que no eras un punta natural, que sólo te gustaba jugar allí, en tu metro cuadrado cerca de la quina del área dónde podías servir con maestría a algún delantero que entendiera tus pases. Pero, en verdad, eras también un crío. Y el mejor elogio que uno puede recibir es el reconocimiento de que ha evolucionado al punto de recibir los cumplimientos que pocas veces habías escuchado en tu trayecto. Ya conoces los hinchas de Sporting: La exigencia que hacen, la presión que imponen, las expectativas que crían y la impaciencia que demuestran.

Yo, personalmente, siempre confié. Al punto de un día decidir comprarme mi segunda camiseta de Sporting. La primera tenía el nombre de unos de los más grandes jugadores de fútbol que he visto jugar y uno de los más simbólicos jugadores que conocí en Sporting: El jefe. La segunda tenía tu nombre. La señora de la tienda me miró, sorpresa, e incluso me preguntó si yo estaba seguro si era ese el nombre que me gustaría poner en la espalda. Imagínate! En realidad había tantos otros por dónde escoger, ídolos de la afición que salían todos los días en los periódicos y, algo importante, hacían algo que se suele pedir a un jugador de fútbol: jugaban. Y la señora tenía su razón: Porque iba yo vincularme personalmente a un chico bajito, medio gordito, de perfil bajo y que pasa su tiempo mirando a los demás jugando al fútbol? Peor: Porque quería yo despertar las vergüenzas más profundas y recalcadas de los aficionados, acordando uno de los más grandes fallos de la política de fichajes del club, la más cara contratación de la larga y rica historia de Sporting, que pasaba su tiempo sólo entrenando? Te contesto, Rodrigo: Porque yo creía. Creía en tu potencial como jugador y creía que reconocías la confianza que Sporting tenía en tu valor. La confianza que hiciera que Sporting esperara tanto tiempo por ti. Mucho más tiempo de lo que has sido tu capaz de esperar por Sporting.

Me dirás que eres profesional, que tienes tus razones para salir, y tal y tal. Estoy seguro que tendrás tus argumentos. Pero con dolor, sólo una cosa te pido: Que me devuelvas los 60 euros que pagué por tu camiseta, pues la quemaré, pesetero hijo de puta! Lo demás, te deseo, que en tu nuevo club, hagas lo mejor sabes hacer en cuanto jugador de fútbol: Calentar el banquillo. Vete a la mierda. Mamón!


O pilantra ainda não me pagou a camisola, mas a verdade é que me senti bastante melhor. E desde que o animal foi castigado com 20 jogos pela selecção até já consigo falar nele sem pensar nos 60 €. Mas agora a crescente perspectiva de ver o Ronny a titular o resto da época fez-me ter uma recaída.


Por isso, aproveito este espaço para fazer um apelo aos senhores directores do Sporting: Arranjem-me lá um lateral esquerdo. Por miseridórdia, libertem-me do Tello!!

* Traduzido por Marco Caneira

Tuesday, July 17, 2007

Dianabolcaos - New Edition - 2007-2008

Antes de iniciar a apresentação das três - sim, 3! - competições caótico-dianabólicas da época que se avizinha, aqui fica o Quadro de Honra com os vencedores das duas edições anteriores da jogatana que entretém o nosso povo e faz esforçar mais o cerebelo do que essa treta do Sudoku:

1 - Helena Henriques - edição Mundial Alemanha 2006
2 - Guitarrista [aka Diego...] - edição Champions League 2007





Como facilmente poderão constatar, a vitória tem cabido ao pessoal da casa. Não é que usemos doping (eu) ou manipulemos resultados (a Helena). A questão aqui é mesmo o excesso de talento nesta minúscula e cada vez mais apertada (o Férenc ainda não arrumou os caixotes...) mas mui nobre e orgulhosa redacção. Temos, portanto, que esse huno dianabólico é um sério candidato a uma das vitórias nas 3 competições que se avizinham. Há ainda um estudo acerca da possibilidade de elaborar uma prova para a Taça de Portugal, mas o formato teria de ser outro. Para a Taça da Liga, vamos esperar que decorra a primeira edição para que se perceba o nível de competitividade e dedicação que as equipas põem em prova, isto para além de tentar compreender o esquema estrambólico que o Dias Loureiro elaborou dentro daquela cabeça careca para se entender, de uma vez por todas, quando é que umas equipas entram, quando é que são eliminadas e quando é que vem a fase dos grupos e o porquê dessa história da final... Aquilo é confuso, acreditem nas minhas palavras.

As provas:

são três, como já disse e repeti. A primeira é um clássico e será, porventura, o mais valioso dos troféus: edição Champions League 2008. Tem as mesmas regras das duas edições anteriores do Dianabolcaos, regras essas que aqui republico (e que voltarei a publicar até mais ou menos ao final do período de inscrições):

1- (W4; F2; semi-finalista vencido, 1)
2- (W3; F1,5; semi-finalista vencido, 0,75)
3- (W2; F1; semi-finalista vencido, 0,5)
4- (W1; F0,5; semi-finalista vencido, 0,25)

+

Bueno - 4,5, em caso de vitória na prova.

Para quem não conhece o sistema ("sistema" no bom sentido, não no sentido de "sistema" à la Dias da Cunha): W = Vencedor; F = finalista vencido; semi-finalistas vencidos = semi-finalistas vencidos, como o nome indica. A teoria quanto ao objectivo da prova, não me canso de repetir, não é adivinhar o vencedor. Isto consiste na elaboração de uma lista de favoritos que vale como um todo e não contempla erros. Um primeiro favorito, caso seja semi-finalista vencido, vai valer pontos na mesma, por exemplo. E sempre assim, por aí fora, sendo que um n.º 4 da lista também vale os seus pontos, consoante a posição que ocupar (entre os 4 primeiros, claro está). Para quem não sabe o que é o Bueno, trata-se de uma homenagem àquele rapaz que, acidental e inesperadamente fez quatro tentos numa só partida, provando que o futebol é isto mesmo, a bola é redonda e tudo pode acontecer. É a vitória do inesperado e pode aplicar-se, por exemplo, a uma conquista da Champions pelo sportém... :)

Cof cof... ok, Diego, recompõe-te, tens um texto para acabar...

Ora, a segunda prova é o Dianabolcaos - Honra e será disputada na Taça UEFA com as mesmas regras - exactamente as mesmas - da edição Champions League. Nada que saber, portanto. Acrescento aqui que as inscrições para ambas as provas terminarão algures por volta do fim de 2007. Fixem este prazo!

E agora, minhas meninas, aí vem a grande novidade. Aquilo por que todos esperavam, aquilo por que todas as equipas verdadeiramente lutam, ano após ano, chegando a ficar 18 anos sem vencer: a liga doméstica! Verdadinha, encontrei maneira de aplicar o Dianabolcaos ao campeonato nacional criando uma liga altamente competitiva. Chama-se Dianabolcaos - The Unreal Thing e, na verdade, está-se borrifando para quem ganha! No mais puro estilo do atraso azarado para o guarda-redes, aqui o que se pretende é descobrir quem perde (se fosse para saber quem ganha, qual era a piada? Toda a gente apostava nos mesmos...).
Esta modalidade Unreal consiste numa inversão dos valores. Portanto, o nosso favorito n.º 1 irá conquistar a pontuação máxima caso termine em último lugar. E assim sucessicessacissuçassevelmente. Existirá também um Bueno, como é óbvio, que terá de ser escolhido - isto é regra - entre os 8 primeiros classificados da época anterior (disponibilizarei uma lista durante os períodos de apostas). Este Bueno é premiado se descer de divisão - é uma espécie de underdog dos loosers.
E, agora, minhas florzinhas, a grande surpresa: vai existir um Prémio Gil Vicente. E o que é o prémio Gil Vicente? É o one million shot: para clubes que desçam com queixas na secretaria. Vale 12 pontos; se for um dos 3 grandes, vale 24 pontos - e a consequente vitória, dispensando-me de perder tempo com restantes contas porque os 24 pontos fazem mais do que o somatório total possível das apostas, a não ser que algum génio acerte no Bueno e consiga algo a rondar a pontuação máxima na lista de favoritos. Sem Bueno, a lista de favoritos soma apenas 21 pontos.
Aqui fica a tabela de pontuações para este Unreal Thing promovido pela Liga Dianabolcaos:

1- 16.º 6; 15.º 3; 14.º 1,5; 13.º 0,75.
2- 16.º 5; 15.º 2,5; 14.º 1,75; 13.º 0,875.
3- 16.º 4; 15.º 2; 14.º 1; 13.º 0,5.
4- 16.º 3; 15.º 1,5; 14.º 0,75; 13.º 0,375.
5- 16.º 2; 15.º 1; 14.º 0,5; 13.º 0,25.
6- 16.º 1; 15.º 0,5; 14.º 0,25; 13.º 0,125.

+

Bueno (outsider: deve ser escolhido entre clubes que, nesta época, tenham ficado entre os 8 primeiros; é premiado se descer de divisão - é uma espécie de underdog dos loosers...): vale 10 pontos.

+

Gil Vicente (é o one million shot: para clubes que desçam com queixas na secretaria): vale 12 pontos; se for um dos 3 grandes, vale 24 pontos - e a consequente vitória.


Vão fazendo contas, consultando plantéis, olhando para os calendários... As apostas estão quase aí. Para finalizar, mais uma novidade. Como as provas vão ser de longa duração, vai ser criada uma caixa de e-mail - dianabolcaos@gmail.com - à qual eu, a Helena e o Férenc teremos acesso. As vossas apostas poderão ser postadas nos comentários, mas aconselha-se que sejam enviadas para o e-mail, para que não se percam no nevoeiro do tempo e dos posts antigos. Portanto, é mais importante que nos cheguem à tal caixa do que às caixas de comentários. Além disso, para quem preferir uma aposta discreta, longe da vista de abutres como o José, por exemplo, pode nem sequer postar no comentário, limitando-se a enviar-nos o palpite e a deixar notificação pública no post referente. Boas contas, bons palpites, boa sorte. Quem quiser apostar já, sinta-se à vontade...

Monday, July 16, 2007

Apito Dourado Vs Jogo Bolsista do SLB

Em plena silly season, e por isso mesmo, coloco à disposição deste Dianabólico fórum esta interessante tabela comparativa da autoria do Vinhas.


Ora a um Apito Dourado brega e novo rico contrapõe-se um Jogo Bolsista falsamente sofisticado; se o Apito Dourado mete fruta, o Jogo bolsista do SLB mete nabos; o Apito aponta a um homem; o Jogo mete vários homens sem ponta; no Apito a prova principal é o livro de uma alternadeira; no Jogo a prova há-de aparecer no CCB; no Apito há vários envolvidos; no Jogo há 1 envolvido que envolveu chineses; o Apito serve para justificar as derrotas dos outros; o Jogo serve para só um ganhar; O Apito fala de subornos; O Jogo só de roubos; o processo do Apito é para durar muito tempo; o processo do Jogo nunca há-de acontecer....

Friday, July 13, 2007

Como contratar uma estrela a custo zero

Sempre que sei que o Presidente do Benfica vai ser entrevistado na televisão, fico num frenesim desalmado: O pezinho não pára quieto, as unhas são roídas até à ferida e acabo sempre por dizer ao encarregado (uma jóia de homem, não desfazendo) que estou outra vez com a minha crise renal. Como ele sabe que quando uma pessoa só tem um rim não pode abusar do trabalho, acabei por poder fugir para a frente da televisão, para me ensopar com o engomadinho do Daniel não-sei-quê e com os seus convidados bafientos do ‘Só Visto e Amigos’ durante aquelas 18 horas de programa, à espera que começasse a entrevista com o Presidente do Benfica. Esta gente da televisão não é de fiar e nunca sabemos quando decidem adiantar um programa sem avisar ninguém…

Convenhamos: Isto das gargalhadas anda pela hora da morte e a perspectiva de poder ver os ridículos do líder de 60% das almas deste país (mais imigrantes, pois parece os soquetes brancos andam a atingir picos de venda…) merece o sacrifício de sair da fábrica a meio da tarde e mentir ao encarregado. Não sei se já disse mas é uma jóia de homem, não desfazendo.

Encontrava-me então eu na minha espera, a derramar baba em frente ao ‘Lingo’, com o comando da televisão embrulhado nos braços para evitar ter que distribuir galhetas a quem lhe quisesse tocar, quando, inesperadamente, bateram à porta. Alguém a deve ter aberto pois aparece-me à frente a Helena Henriques.

- ‘SAI DA FRENTE DA TELEVISÃO !!’, disse-lhe eu em jeito de boas-vindas.
- ‘Ó Férenc, desculpa lá incomodar-te pois sei que és um homem muito ocupado mas venho mandatada pelo Dianabol para falar contigo’.
- ‘Ó mulher, olha que isso de ser José Veiga não é nada bom prá mobília lá de casa…’
- O pior é o cabelo, que esta laca já não sai…’
- ‘Pois, haaa… não fica… ahmmm… errr… bem… dá-te um ar simp… aaaah… pronto, experimenta decapante… Mas diz lá o que te traz aqui num dia tão importante. E despacha-te lá que o Presidente deve estar quase a aparecer na televisão’
- ‘É o Dianabol. Estivemos a conversar e precisamos da tua arte, da tua técnica, da tua beleza (pronto, esta ela não disse…). Pensamos que…
- ‘SAI DA FRENTE DA TELEVISÃO !!’
- ‘…que serias uma mais-valia importante para atingirmos os nossos objectivos. Estamos a criar uma grande equipa, temos grandes ambições…’
- ‘Certo, certo. Mas vamos lá ao importante. Quanto é que pagam?’
- ‘Bem… eh… Sabes...eh… o blog atravessa algumas dificuldades… eh… sabes como é… aah… a realidade da blogosfera portuguesa’
- ‘Uma sande de coirato e uma mini preta. É o meu preço. É pegar ou largar.’
- ‘Só podemos pagar uma mini.’
- ‘Uma sande de coirato e meia mini’
- ‘Uma sande sem coirato’
- ‘O coirato e um golinho de uma mini’
- ‘Um golinho de uma mini’
- ‘Vou poder falar mal do Benfica? Achincalhar o anão nojento? Gozar com o milhafre?’
- ‘Não podes. Deves.’
- ‘Esquece a mini. Onde é que eu assino?’

Um dia no país dos Tugas


No país dos tugas a vida não são só rosas, no país dos tugas sofre-se de tédio, muito tédio e às vezes calor, esta conjunção é muito complicada de suportar, principalmente se, se almoçou um cozidinho e se pretende mergulhar nas gélidas águas do Atlântico. Por isto os tugas buscam desesperadamente distracções e distraem-se mesmo, a maior parte deles, nem que seja a dormir, eventualmente na forma. Fica aqui o registo de um dia (quase sexta-feira 13) no país dos tugas.
Depois de um dia de calor e nortada, vejo uma grande entrevista ao Presidente do SLB, em horário nobre da televisão pública. Sentei-me a assistir ao que eu pensava seria uma tentativa de explicação séria das OPAs e supostas contra-OPAs que deixaram o país de olhos em bico em busca duns investidores chineses. E foi, claríssima, é que na China há imensos chineses, muitos mesmo, e há também chineses interessados no Benfica, claro que não sabemos muito bem quem são, mas que os há, isso é inquestionável. Passa-se então à OPA do Berardo. É uma OPA, pois, não é hostil (disparate, o Berardo é amigo) é inconveniente dentro da sua conveniência, além do mais não se percebe muito bem porque é que aqueles esquisitinhos da Bolsa dão tanta importância a essa minudências. Vamos ao que realmente interessa, o futebol, não sai ninguém do plantel, entram mais três - se o Berardo quiser comprar, está à vontade, que num grande clube cabe sempre mais um, pois claro. E por falar em mais um, fala-se então do José Veiga que, está claríssimo, não pertence ao staff do benfica, vai só à Argentina contratar jogadores a pedido do Presidente que, não pode, tem de reunir a despacho com a D. Clemência; além disso o Veiga tem uma situação pouco clara com a administração fiscal, e inimigos, e a porta aberta. Pronto, assunto cabalmente esclarecido. Resta o Apito, as críticas ao Secretário de Estado do Desporto que não foi agraciado com um dossier anónimo à porta de casa, pior, nem sequer foi tentar saber junto de quem o tinha, e pior ainda, o horror, senta-se à mesa com pessoas, certas pessoas. Hummm, há-de ser mesmo grave. Resta o Presidente da Liga de Clubes, também se senta com pessoas, certas pessoas, mas enfim, a justiça desportiva será feita. E na Federação também, vamos lá ver. Tudo esclarecido, resta o torneio fatelo deste Verão, o Mundial de Sub-20.
A expectativa é grande, afinal o José Couceiro já explicou que a derrota com a Gâmbia é uma vantagem, assim havia mais tempo para descansar. Isso só pode ser bom. Sentei-me para ver o jogo contra o Chile, os pobres sul-americanos que tiveram o azar de ter de enfrentar a descansada selecção tuga. Começou o jogo, há um problema qualquer, os tugas não conseguem trocar mais de três bolas sem dar com pés chilenos, deve ser a relva, malvada FIFA, deviam ser mais cuidadosos, então é sintético, depois não, como é? Siga o jogo, ora curiosamente os chilenos trocam a bola e bem, não devem notar o terrível calor que se faz sentir, nem o árbitro que é safado. Falta de sorte! O Rui Patrício que também parecia um bocado chileno, também não notava nem relva, nem calor, nem árbitro, nem mesmo a estranha bola (eu estou convencida de que aquela bola era um bocado temperamental), evitou vários golos e assim boicotou claramente o plano de descansos do seleccionador - erro nítido de casting. Surpreendentemente, ao intervalo só tínhamos sofrido um golo, valentes tugas, contra tudo e contra todos, mesmo contra a bola. Retoma-se o jogo, entra Zezinando, agora sim, agora é que vai ser - que o diga o chileno que ficou no chão a ver se a relva era boa ou não. Segue jogo, assume-se o futebol directo, mas a bola continua temperamental, o calor não abranda, o árbitro está lá, e a relva também. Aos 80' um remate tuga ali do meio-campo pára nas mãos do keeper chileno. Está a melhorar. Eis que se desencadeia a tragédia, Fábio Coentrão é derrubado, não se faz, ele não é chileno, vê-se bem, vai daí que Mano veio largado e mostrou como era ao adversário infractor, o árbitro agiu em conformidade enquanto pôde, pois rapidamente chegou Zequinha que lhe tirou o raio do cartão vermelho... Grande ideia, nunca tinha pensado neste método, tirar o apito ou fazê-lo engolir, já me ocorreu, mas tirar os cartões não. Obrigada Zequinha. O resultado não é brilhante, mas sempre temos o que assuntar durantes os próximos dias de canícula. Olhei para a bandeira e pareceu-me que os pagodes no lugar dos castelos estavam pálidos, resolvi dormir prometendo que a próxima bandeira não compro aos chineses...

Thursday, July 12, 2007

Última hora!!! Última hora!!!

Numa reedição da mítica viagem do nosso presidente Vieira ao Brasil para contratar a Dulcineide, enfiei a Helena num autocarro da Rodoviária e mandei-a para a Hungria. Fazer prospecção de escribas, calma. Nunca me quis livrar dela, longe de mim. É tripeira, mas também é humana. I guess... hummmm...
Adiante. Ora, a Helena, que é pessoa competente e trabalhadora, veio de lá com o que se pretendia: um huno com falta de gosto que fosse adepto fervoroso dos tixas e manuseasse as teclas com ligeireza, que fosse forte na marcação e razoável nos argumentos. Bom de cabeça, sobretudo. Eis que ele aí está: senhoras e senhores, tenho a honra... mais ou menos... de vos apresentar o novo reforço deste blogue, o representante do terceiro grande, o sportém: Férenc Mes....ZAROS!!! Um forte aplauso, por favor.

Wednesday, July 11, 2007

Boa! Mais um itche!

Como os meus leitores e o José sabem, eu não costumo falar do sportém aqui. Vai contra o princípio básico "dos fracos não reza a história" e este blogue, mais do que dizer piadas patetas acerca do futebol, seus meandros e seus arredores, vais escrevendo, registando e mesmo ditando os trilhos da História. Porém, o nome Vladimir Stojkovic inspirou-me, de alguma forma, a escrever sobre esse clube. Porquê? Porque Stojkovic é guarda-redes, vem da ex-Jugoslávia e tem um nome terminado em itche. Isto produz em mim uma série de reminiscências. Para já, leva-me até ao tempo em que o sportém ainda tinha a mania que era o segundo grande clube de Portugal. Depois porque me lembra eras maravilhosamente divertidas em que nenhum dos meus amigos, da geração de fins de 70's/início de 80's, se lembrava de um sportém campeão. E, sobretudo, lembra-me duas das figuras mais humorísticas da História - lá está, a História - do futebol nacional. Quem não se lembra do Ivkovic? E do imortal Lemajic? Isto dos itches tem muito que se lhe diga, nomeadamente ao nível da produção de cartoons e textos para os Gato Fedorento. Ivkovic, por exemplo, foi o homem que fez tudo ao contrário. Todas as bolas que tinha obrigação de defender, fez questão, com toda a gentileza, de as deixar passar. E fê-lo, em algumas ocasiões, com extrema criatividade. No entanto, ficará para a História como "aquele frangueiro que defendeu o penalty do Maradona" - como se costuma dizer, o futebol é isto mesmo e tudo pode acontecer porque a bola é redonda e a baliza é quadrada ou rectangular ou lá o que é aquilo. É geométrica, pronto. Para Ivkovic, nada disso importava, geometria não era com ele. Nem geografia, tão pouco, uma vez que era pessoa para estar constantemente mal posicionada. Uma fonte de alegrias para o topo norte do velhinho Estádio José Alvalade. Ivkovic tinha o dom de confundir os olheiros, por exemplo. Quando tomavam notas sobre os seus pontos fracos, ficavam baralhados e raramente tinham mãos a medir. Há relatos de certos jogos em que o Benfica mandou um olheiro e duas estenógrafas para tirar apontamentos. Depois veio Lemajic. Menos exuberante, menos grande, com menos ar de bidon inapto, mas igualmente eficiente na arte de fazer sorrir 9 milhões 975 mil portugueses. Para cúmulo, nem um penalty do Maradona ele defendeu. Passou ao lado da História, portanto, mas hoje relembro-o aqui com uma certa saudade. E termino este texto fazendo votos de que Stojkovic enobreça a sua linhagem e não desaponte todos aqueles que esperam dele as poses mais caricatas, os frangos mais memoráveis, as saídas mais em falso e as estiradas mais em vão. Espero também que tenha uma voz assim fininha, para não termos saudades do Labreca.

Monday, July 09, 2007

O abominável

Às vezes, sinto saudades de coisas e dou comigo a ser uma pessoa nostálgica. Por exemplo, passo pelo Marquês de Pombal, agora já menos esburacado, e lembro-me do tempo em que ali se festejavam vitórias do Glorioso ou a derrota do Scolari na final do Euro 2004. Olho para o mar e lembro-me do tempo em que tinha férias e não era uma pessoa extremamente ocupada que já não lhe apetece mergulhar nas águas gélidas da Foz do Lizandro. Olho para o extracto de conta e lembro-me de quando aquilo chegava aos três dígitos à esquerda da vírgula, até me vêm as lágrimas aos olhos. Olho para os jogos das selecções jovens, e recordo com sorriso emocionado aquele ano épico de Couceiro à frente (?!) dos destinos (?!?!) do folcuporto. No fundo, acho que sou uma pessoa sensível em fase de envelhecimento. Embora me custe admiti-lo, sou confrontado diariamente com factos e exemplos que me colocam ao nível do comum dos mortais, com sentimentos e tudo.
De todas estas memórias, é evidente que aquela que mais me marca é a da era em que o abominável homem do tacho produzia um efeito arturjorgiano no clube tripeiro. Impressiona-me a sua capacidade extraordinária para conseguir separar, um por um, todos os 11 jogadores de uma mesma equipa sobre o terreno de jogo. Acredite-se ou não, o abominável é menino para desconectar, com precisão, uma dupla de defesas centrais. É rapaz para criar uma modalidade de pontapés de canto em que a bola acaba por chegar sempre a um determinado sítio sem correr o menor risco de ser tocado por nenhum dos 10 companheiros de equipa do pontapeador do esférico. Couceiro é uma pessoa com método, isso nota-se. Nas conferência de imprensa, a intensividade do ensaio do discurso vem ao de cima. É fácil imaginá-lo, a partir dos 50 minutos de jogo, sussurrando repetidamente para si mesmo chavões atrapalhados com desculpas esfarrapadas e irritantes, até decorar, palavra por palavra, a justificação para a sua mediocridade, para a sua falta de jeito, para sua vocação errada e, também, embora nas entrelinhas, para o seu apego ao cargo que ocupa. Desde a presidência do Sindicato dos Jogadores que o homem do tacho dá provas, umas atrás das outras, de ter nascido fadado para não produzir coisa alguma de positivo, por um lado, mas de conseguir sempre emprego em cargos ao alcance de poucos, por outro. A justificação? Não sendo religioso, estou em crer que isto tem dedinho divino. Só gostava de saber que anjinho da guarda lhe põe a mão por baixo. Não que eu queira uma mãozinha por baixo de mim, que, como já aqui expliquei em diversas ocasiões, não sou dado a bicharices. Mas com um milésimo da providencial ajuda de que o abominável beneficia, desconfio que o meu extracto de conta chegasse mesmo aos 4 dígitos. E isso, parecendo que não, dá jeito às pessoas.

Tuesday, July 03, 2007

Bem-vindos ao País dos Tugas

Anualmente, em Junho e num período que abrange Agosto e uma boa parte de Setembro, Portugal muda, veste-se de uma outra iconologia, e passa a ser o país dos Tugas. Os sinais são evidentes, nas televisões, por exemplo, surgem, a propósito de comunidades, de futebol, hóquei, sardinhas, enfim, tudo, programas em directo animados por música do Clemente, Ágata, Tony Carreira, Toy actuando perante uma plateia onde predomina o verde e rubro, pelo menos, a tarde inteira; a própria publicidade transfigura-se e engalana-se com bandas sonoras do Marante em que um janota vestido de cetim branco percorre Alfama, ela própria engalanada (e carregada de roupa lavadinha impecável) dançando e cantando, diz qual é o mais fantástico sabão/linda portuguesa com que pode lavar/quer casar, e que mesmo depois de corrido o mundo não encontra outro/a igual. E pronto, chegamos à Tugalândia, toda ela garrida, carregada de bandeiras verde-rubras nas janelas (e varandas, e quintais e carros e...), com uma população vestida de camisolas de alças da selecção portuguesa ou do Benfica. Na verdade, os tugas podem ser adeptos de qualquer clube, Tourizense incluído, mas o Benfica é mais tuga, talvez por ser vermelho - dir-me-ão mas o Sporting é verde, pois, de facto, no entanto o Sporting é muito chique e alérgico às cores rubras, não é nada tuga (apesar daquele estádio); então e o Porto? Pois, o Porto, apesar de não ser nada chique - decididamente não é chique uma massa adepta que (e isto sem entrar em mais detalhes) diz "pom" em vez de pão - também tem alergia ao vermelho. Haverá razões sociológicas que expliquem o fenómeno do Benfica Tuga, o Benfica foi durante o período salazarista o clube do regime, era o circo que entretinha e alegrava o povo, e era, ao lado da Amália e da Senhora de Fátima, ícone da Tugalândia. Apesar disto, e em pleno século XXI, o verdadeiro ícone tuga é a selecção. A selecção elimina o problema dos azuis, verdes, negros, enfim, tudo se reduz ao verde-rubro. E depois, haverá dirigente desportivo mais tuga que o Gilberto Madaíl? Ora atentem bem no personagem, o visual é de um tuga impecável, aliás, onde conseguirá ele um barbeiro ou hair stilist que lhe faça aquele brushing, já para não falar da cor ou da barba irrepreensivelmente aparada? Então e o discurso? Uma espécie de Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira mas em versão selecta, sóbria, de interesse nacional. Gosta de usar palavras caras, mas sempre acessível à nação tuga e sempre na sua defesa. O seleccionador que escolheu, apesar de brasileiro com ascendência italiana, é um claro impulsionador da estética e iconologia tuga, desde as bandeiras (ideia Scolariana cuja popularidade é indiscutível), até às camisolas, lenços, enfim, uma panóplia de adereços avidamente consumidos pelas massas e que dão à paisagem o visual claramente tuga, este brasileiro é perfeito, de Felipão nordestino converteu-se em Scolari, grande precursor do país tuga. Os anos mais felizes são aqueles em que o Verão traz grandes torneios - o Euro ou o Mundial - mas, não seja por isso, não há cá misérias e prepara-se o torneio seguinte ensaiando os acessórios e evitando que sejam atacados pelas traças. É assim o Verão em Portugal, uma ode à alegria tuga. Em algumas camadas da população há uma certa azia, há o amor ao clube, a alergia cromática, a alergia ao Merdinhas, ao Postiga ou ao Labreca. Animem-se, afinal o país tuga é fatal como o destino, mas efémero; é pontual, mais certo que o Verão e seguramente mais divertido.

Monday, July 02, 2007

Estéticas: o meu singelo contributo


Numa altura em que a estética ocupa a ordem do dia entre os blogues de... "futebol", digamos assim, não poderia deixar-me ficar de fora do debate. Inebriado pelo espírito vanguardista do segundo equipamento benfiquista, veste cheia de estilo mas à qual ainda não me atrevo a apelidar de Digníssima - há que usar de cautela e rigor na aplicação do termo -, inspirado pela votação do Estádio tomar... perdão, Tomás Taveira no site do Público e sentindo-me levemente acossado pelas calúnias que sugerem que os nossos atletas, associados e demais adeptos padecerão de falta de masculinidade, chego-me à frente, de peito feito (meu deus, como eu gosto de peitos, mamas... vêem? Vêem? Querem mais provas de masculinidade?) e com eles no sítio (Diego, tu hoje excedes-te, meu animal testosteronal!...) - e deve ser aqui que o José aproveita para fazer a sua típica intervenção e diz "eu sei muito bem em que sítio é que é eheheh" ao que eu replico, em jeito de antecipação, "não feches essa matraca, não" (Jesus Cristo... não é que até me apetece ver touradas e assim? Estou imparável... Segurem-me! Detenham-me!) e apresento a versão oficial do equipamento de grande parte do folcuporto para a próxima época. Bonito, hein? Até faz lembrar o de outro bando armado com sede mais a sul. Não é demais acrescentar que a ideia foi masculina e desavergonhadamente gamada aqui. Paciência. Azarinho. Se tiverem problemas, andem cá, como se diz entre os homens. Quantos é que são? Isto chega para todos. Meninas...

In The Twilight Zone



Antes de mais, devo confessar aos leitores que ando algo baralhada, até porque e como insinua o nosso caro leitor Férenc Meszaros, o raio da tradição não se parece nada com o que era, e nestas coisa, ora bolas, se o paradigma muda, devia-se avisar as hostes (eu incluída) sob pena de provocar estados de confusão e que produzem textos maçadores e de inteligibilidade duvidosa disfarçada com palavras caras. Dito isto, passo a analisar a actualidade desportiva ou mais ou menos desportiva, que é como quem diz clubística - dispenso-me de analisar os plantéis da próxima época em futebol de 11 no seu nível de alta competição porque, isso, não sei porquê, já não interessa mesmo nada. Afinal, se existem modalidades empolgantes como o futsal e o futebol de praia, porquê dispersar atenções. Mais, neste campo, ou arena (ou lá o que é na praia) seis milhões podem vibrar com o Cláudio Oeiras, o craque que, como quem não quer a coisa, passou para a modalidade que realmente interessa e ainda o fez no clube, ele próprio pioneiro nesta coisa de romper com paradigmas. Estava eu ainda curiosa acerca destes assuntos, e decidi ir ao site do tal clube, onde se anunciam os novos equipamentos, ora fiquei curiosa e decidi ver a camisola alternativa, até porque dizem que é cor-de-rosa (cor tradicionalmente pouco máscula, mas a tradição...), ora o o facto é que não percebi muito bem o que estava a ver, ora vejam:






Pois, primeiro isto não é cor-de-rosa, depois, acho mal, até porque por mais pindérica que seja uma modalidade ela deve ter direito a uma camisolinha, não há cá tatuagens ou body art - hummm, e o Joe que se deixe lá de coisas, até porque isto não é saudável e não acho bem, pronto!


PS. Ora bem, pensando melhor, era capaz de optar pela body art...