Friday, December 29, 2006

Algumas previsões para 2007

Reconheço que era mais seguro escrever fazendo um balanço do ano que passou, talvez até uns itens com o melhor e o pior. Mas, anseio por novidade e, como sempre ouvi dizer, águas passadas não movem moinhos; daí que não tenha resistido à tentação de adivinhar o que trará 2007.

  • O Liedson vai marcar, uma vez por outra;
  • O Sportém vai conseguir um 2º lugar numa competição;
  • O Bulhão Pato vai voltar a escrever sobre o Simão Sabrosa;
  • Ninguém vai perceber quem fica mais amarelo com o assunto João Pinto, se o próprio ou o Sportém
  • A Dulcineide vai descansar amuada, no banco do benfica;
  • O Simão vai fazer as malas para ir para Inglaterra, mas vai perder o avião, ou assim...
  • O Rui Costa vai continua a vender kits;
  • Pinto da Costa vai sofrer problemas de voz e pouco será ouvido;
  • José Peseiro, apesar do sucesso nas arábias, vai continuar a ser ignorado (salvo se for jantar com o Figo);
  • O Gilberto Madaíl vai consolidar a laca (ou será a lata?);
  • O José Veiga será figura central da campanha Divani & Divani;
  • A Carolina Salgado, em apuros financeiros, vai editar outro livro mas com cheiro do perfume que vai lançar;

Olhando para estas linhas, sou obrigada a constatar, novidade? onde? Ano novo vida nova? Tanto barulho por... nada!

Bom 2007 para todos!!!

Monday, December 18, 2006

Prendas de natal

É chegado o momento de união entre os homens (não me parece nada bem esta frase…).
Independente do seu coração ser verde, vermelho ou azul, nesta data, todas as luzinhas piscam da mesma forma e ao mesmo tempo, ignorando a tabela classificativa, a melhor defesa, o melhor ataque e o melhor marcador.
É tempo de paz entre os homens!
Os clubes, tal como os seus adeptos, numa prova inequívoca do espírito de Natal, deveriam trocar prendas e colocá-las nas chuteiras do balneário!
E nada melhor do que trocarem jogadores, nesta altura tão difícil para Portugal em que apenas a troca de serviços pode evitar o IVA, conciliando o senso prático ao espírito festivo.
Assim, proponho que cada clube ofereça jogadores ao seu rival para tornar inesquecível o valor desta época festiva. Apresento pois algumas sugestões.

Benfica
Oferece ao Sporting o Moretto e o Beto. O Moretto é um guarda-redes habituado ao banco e poderá ser muito útil ao Ricardo durante os treinos. Ajudaria os leões naquele que é o seu sector mais forte (defesa), acrescentando-lhe solidez e confiança. Quanto ao Beto, não há dúvida. É o centro campista que falta em Alvalade! A sua qualidade técnica fala por si, um sucessor a altura de Carlos Martins!
Mas o seu maior contributo poderia ser a resolução definitiva do problema capilar que grassa para os lados de Alvalade, acrescentando modernidade aquela estrutura tão conservadora.

Para o FCP, o Benfica destinaria duas prendas especiais: Diego e Marco Ferreira. A primeira não é bem uma prenda porque está por provar que o jogador, de facto, existe. Será mais pelo saudoso nome do que por outro motivo. Marco Ferreira será a prenda ideal para o futuro, uma vez que poderá ser utilizado na negociação com o Boavista de um polaco para a próxima época.

Sporting
Dada a escassez do plantel verde, esta agremiação só poderá dar três prendas, duas delas ao seu rival da capital e apenas uma para os azuis e brancos, num sábio acto de gestão: a poupança nos portes de envio. Para o Dragão enviariam João Alves, já habituado aos ares do Norte e cuja utilização não é necessária num clube com tamanha juventude. De facto, João Alves é quase um avô do plantel.
Para a Luz seguiriam Romagnoli e Farnerud. O primeiro por ter as mesmas características do Nuno Gomes com a vantagem de não ter de ajeitar o penteado constantemente e o segundo porque os nórdicos sempre simpatizaram com o ar da Luz (Saudades do Eriksson!). Mesmo não sendo utilizado poderá ajudar na venda de Kits!

Porto
O Porto, provavelmente por ser um clube mãos largas, beneficiando do facto de ainda se manter na liga dos campeões abriria mão do Sektioui e do Ezequias para a Luz. O primeiro pela capacidade estonteante de contenção da bola em zona de cruzamento, o que permitiria ao Nuno Gomes escolher a posição de finalização mais eficaz que, como sabemos, leva muito tempo a acontecer e poderia ajudar a terminar com o mito de que o Nuno Gomes não sabe cabecear. O Ezequias permitiria ao Leo o merecido descanso de andar com aquela correria toda para fente. O Ezequias é mais sossegado e perde menos bolas do que o Nelson.
Para o Sporting o Porto enviaria Alan e Sokota. O Alan por ser um extremo rápido e incisivo que faria qualquer adepto leonino sonhar com o Douala e o Sokota seria uma prenda múltipla: para o jogador, uma terceira opinião clínica, para o Sporting contar com mais um avançado que não marca e para o jogador o registo no Guiness por ser um atleta capaz de passar por três clubes grandes sem ter jogado em nenhum.

Vinhas

Saturday, December 16, 2006

Futurologia ou a esquizofrenia da desesperança



Desde os tempos mais remotos que o ser humano, tentando desesperadamente organizar o caos envolvente, deseja prever o futuro. Esta previsão permitir-lhe-ia precaver situações difíceis conseguindo manter alguma estabilidade e bem-estar no seu quotidiano. Percorrendo a história, deparamos com oráculos, adivinhos, profetas, astrólogos, cartomantes, videntes, enfim. Perante o desejo universal de saber se o futuro é favorável, e no contexto deste blogue, parece-me pertinente uma análise sobre o comportamento dos adeptos do desporto rei.

Praticamente finda a 1ª volta da Liga, e perante a análise feita abaixo pelo Guitarrista, do meu ponto de vista, objectiva, clara, enfim, incontornável – por menos que se goste das conclusões – resta aos adeptos encontrar formas de viver com ela, ou esperar pela possibilidade remota de factos novos virem a alterar as conclusões menos convenientes. Vejamos as soluções de futurologia encontradas.

Uma parte dos adeptos, a saber, parte dos que implicam com azul, tentam adiar a tomada de posição para a próxima segunda-feira, na esperança de nesse dia ter dormido sobre um desaire do Porto com o Paços de Ferreira – afinal, o Sportém perdeu com eles em casa (com mão e tudo); o Benfica empatou lá na província e o Braga, lá ganhou mas em casa, por diferença de 1 golo, deve ter sido sorte – pode perfeitamente acontecer, o Porto pode perder ou empatar, afinal o Ronny ainda tem mãos… Estes adeptos aguardam silenciosa e ansiosamente o fim do jogo de Domingo, a Providência ainda pode agir e poupá-los a mais agruras, já que este jogo fundamentaria cabalmente a previsão de derrocada eminente dos azuis da pronúncia esquisita. Mas a grande maioria dos adeptos alérgicos ao azul, encaram já o plano B (ainda no subconsciente) dos adeptos que vêem no P. Ferreira a encarnação da Providência, para estes últimos, criaturas mais práticas, o raio de luz, a esperança salvadora é colocada no livro sagrado, a obra providencial reveladora da solução “Eu, Carolina”. Finalmente, uma janela de verdadeira esperança! Instale-se o calciocaos, dane-se o mercado de Inverno, pr’ó diabo com os pruridos e mais o combate dentro das quatro linhas que valores mais altos se levantam!

Olhemos os factos em tons de azul; estes adeptos olham orgulhosos para qualquer análise da situação, em compensação, olham com mal disfarçada apreensão para o Chelsea de Mourinho. Depois dão de caras com as ideias dos adeptos do plano B. Perante esta longínqua ameaça (longínqua mas extremamente irritante a nível do café) há dois caminhos, primeiro declarar que a D. Carolina não passa de uma alternadeira despeitada, que mesmo que seja verdade essa história dos árbitros era só para pedir para não prejudicarem muito o mágico Porto ou, segundo, pedir a cabeça do presidente e chamar a Inquisição para tratar da bruxa e calmamente arrumar com tudo o que está fora das quatro linhas, porque dentro delas há à vontade, ah pois é!

No meio de tudo isto há as sempre esquecidas minorias que olham para a situação com a displicência de quem está habituado a ser ignorado, alguns tomam partidos, haverá até aqueles que encaram o plano B como uma sorridente janela de oportunidade, mas nem todos, já que os Briosos já vão sabendo o que é ser grande para efeitos de procedimento judicial. Depois há os azuis de Belém, esses olham atónitos a reviravolta no sentir geral, afinal a secretaria não é assim tão má, einh?

Eu cá, bem consolada pelo olhar atento para os factos, e pela calma com que vejo o Jesualdo e a equipa prosseguir o seu trabalho, opto pela sabedoria dos adivinhos, com a certeza de que depois da tempestade, virá o bom tempo, ajeito a minha pele de lobo e opto por ler na espuma de uma cerveja bem tirada, perfeitamente legível e reconfortante. Mas, não se acanhem, continuem, continuem.

Wednesday, December 13, 2006

A imprensa especializada costuma chamar-lhe "balanço". Mas a gente aqui não liga nada a isso.

Bom, na verdade eu sou uma pessoa simples e humilde. E era só isto. Como o texto é capaz de sair um bocadinho sério, decidi começar com uma piada.
Quem me conhece, sabe que não gosto de fazer prognósticos antes dos jogos. E é por isso que, aproveitando o facto de vocês não me conhecerem, eu lanço prognósticos ao calhas que, a posteriori, altero para que batam certo com a realidade. É assim um estratagema simples mas extremamente eficaz. Dá-me credibilidade e as pessoas prestam atenção ao que eu escrevo e, especialmente, às minhas análises e exercícios de prestidigitação, para além de se revelar altamente lucrativo na minha banquinha do tarot do encontro anual dos bloggers de futebol. No entanto, na fase em que nos encontramos, e tendo em conta que o campeonato tem apenas 30 jornadas - e ainda que os candidatos à descida estão encontrados -, não me resta outra coisa se não reconhecer a vitória do folcuporto.
Há-de haver muito tixa fundamentalista aí a gritar "ah, mas o meu sportém..." mas o vosso sportém o quê? O que é que tem o vosso sportém? É aquela mediocridade que vai dar luta ao folcuporto? Não sejam tontos. E aqui fica o meu prognóstico para a turminha: 3.º lugar com os calos apertadinhos pelo sportém do Minho. A ver se não tenho razão. Ah, pois não...
A verdade é que, neste campeonato, as aparência iludiram desde o início. O arranque do campeonato foi atribulado (caso Mateus, Simão afinal não saiu, Rui Costa lesionou-se), a pré-época foi confusa (Adriaanse saiu, Jesualdo deixou o Boavista, Simão ainda estava de saída, Rui Costa chegou qual D. Sebastião) e a primeira jornada da Champions foi enganadora - folcuporto e Benfica logo condenados à desgraça; sportém destinado à glória. Uns quantos meses depois - e não vou fazer contas a quantos meses são, números é com o Manha -, verificamos que todas estas premissas levaram a juízos errados. Os "super-putos" do Sportém são promessas muito muito muito por cumprir - dúvidas aí do lado da turminha? Sim? Então, cá vai: o vosso melhor jogador, de há vários jogos para cá, é o pouco mais que inenarrável Tello. Fui claro? Bom. É certo que Moutinho é valor seguro e que Nani é craque. Já deu para percebê-lo. Mas isso chega? Parece-me que não.
Verificamos também que o Benfica não é uma equipa assim tão desnorteada quanto se apregoava. Pelo contrário: em termos de jogo, ainda só vi três coisas más - vá lá, muito más - esta época: a primeira parte no Dragão, o jogo de Braga e o jogo do Bessa De resto, a qualidade de jogo tem variado entre o aceitável, o bom e, em certos casos, o muito bom. E é aqui que está a grande diferença entre o Benfica e o folcuporto: as más exibições do Benfica têm correspondido à perda de pontos. Em certos casos, exibições menos más acabam por dar origem à perda de pontos - em Paços de Ferreira e na Figueira da Foz, por exemplo. Já o folcuporto, mesmo quando é sofrível - o que não tem sido assim tão raro... -, tem sabido ser eficiente. Isso traduz-se em apenas duas perdas de pontos, ainda por cima em sítios onde é perfeitamente normal que se percam pontos: em Alvalade e em Braga. Isto é notável. Há cérebro ali naquele Porto. E aquela pontinha de sorte que, normalmente, faz nascer campeões.
Eu antes de começar o texto queria pôr isto tudo em separado, para explicar equipa por equipa e não sei quê, para ser mais fácil. Mas agora que já embrulhei isto tudo, não vale a pena estar a discriminar, não é? Ora, siga jogo.
Vou falar agora de como o folcuporto conseguiu esta estabilidade depois daquele início duvidoso. Esta é muito fácil e qualquer Luís Campos saberá identificar. Bom, Luís Campos talvez seja exagero. Mas um Carlos Carvalhal quase de certeza que consegue. Falo do regresso de Lucho Gonzalez à sua posição ideal: a vertical. Ok, era piada. Posição no terreno, pronto - para além de vertical, claro -, comandando a organização e distribuição do jogo atacante e auxiliando preciosamente nas saídas rápidas para o ataque - e muitas vezes na recuperação de bola. Estamos perante um jogador muito acima da média, como se diz nos comentários futebolísticos. Na minha linguagem, diria que é um jogador raro, talvez único. A simplicidade do seu jogo, juntamente com a sua facilidade de leitura, bom ritmo, colocação de remate e técnica fina, faz de Lucho - na minha imodesta opinião - o melhor jogador do campeonato português. E é aqui que está o maior segredo da coisa: no início da época, Lucho foi obrigado a recuar no terreno e a abdicar de funções fundamentais na condução do ataque. E porquê? Lembram-se? Pois, por causa de outro pseudo-génio, um puto chamado Anderson - e agora faço um capítulo Anderson: é bom, sim senhoras; pode vir a ser dos melhores, pois pode; mas ainda não é; fez o quê? Um golo e duas assistências? 2 golos e 4 assistências? Uau, que fora-de-série. Mais: um rapazote com 18 anos, aquela frescura física e aquela robustez lesionou-se com gravidade (por reincidência?) num lance igual dezenas de outros que se vêem todas as jornadas. Será preocupante? Ok, não especulo mais sobre a fragilidade deste novo Maradona. Mas deixo-vos um nome: Cissé. Pensem no assunto. E sobre o Anderson, estamos conversados. Voltando ao Lucho: desde o jogo com o Benfica, iniciou não uma subida de forma - ao contrário do que se diz - mas um aumento de produção, o que é diferente. Tem o espaço e a responsabilidade que lhe pertencem por direito dentro da equipa. E, com ele ao comando, a equipa funciona. Quando a equipa não funciona, o comandante trata do assunto com os próprios pés - como se viu ainda esta segunda-feira.
Neste folcuporto, a Lucho juntam-se depois outros factores fatais: Helton, na baliza; Postiga em boa forma; Quaresma a produzir muito bem e uma defesa cada vez mais sólida, com Pepe a confirmar - agora, sim! - este ano o que já tanto se falara no ano anterior, em que foi claramente sobrevalorizado. Posto isto, estamos perante uma equipa de respeito. Não tenho dúvidas de que terá facilidade em manter-se não só no primeiro lugar como com um avanço considerável sobre os adversários supostamente directos.
Sobre os outros, nem me alongarei muito. Do sportém, já sabem o que penso. Uma grande expectativa - habitual, diga-se -, mas muito pouco que se veja, na prática. Não acredito que o facto de estar fora da Europa contribua para um campeonato melhor ou mais consistente. Talvez funcione até ao contrário: craques mal desmamados fora da montra europeia vão perder a garra extra que, no início, os fazia lutar por um lugar na equipa. Mas isto é só a minha sábia opinião.
O Benfica cometeu os erros de que já falei. Não soube ser eficiente quando importava. Perdeu um confronto directo, no Dragão, de forma incompreensível, após uma boa recuperação - difícil, diga-se, perante aquele início de jogo do Porto. Ganhou pontos fora onde não era obrigado - em Alvalade e Leiria - de forma categórica. Perdeu pontos de forma vergonhosa onde se exigia que conquistasse, pelo menos, 2 ou 3 (no conjunto) - Bessa e Braga. De Naval e Paços de Ferreira já falei - houve alguma ingenuidade ou, pior, alguma displicência. Perante um folcuporto regular e eficaz, estas coisas acabam por dar frutos. Como se pode ver. É uma pena porque, na minha erudita maneira de interpretar o jogo, o Benfica tem uma boa equipa - talvez a melhor dos últimos 10 ou mesmo 15 anos. Está bem servido a meio-campo; não está mal servido no ataque (embora lhe faltem segundas opções); a defesa está razoável (e é por isso que não se percebe esta quantidade de números 3...) e, para a baliza, há, pelo menos, estabilidade e confiança. De notar ainda a grande época que Simão e Ricardo Rocha estão a fazer, juntamente com a novidade Katsouranis e com os habituais Luisão e Léo. É uma pena que os rasgos de Miccoli e Nelson sejam tão irregulares... Para terminar, apenas uma nota: tenho muita pena de ver Alcides partir sem que se tenha afirmado. Talvez daqui a uns anos percebam esta minha perspectiva. Sábia, mas muito humilde.

Thursday, December 07, 2006

Extra! Extra! Extra!

Para já, ainda são só os nomes de Augusto Duarte e de Martins dos Santos. Mas há mais. Quem o garante é respeitabilíssima Carolina Salgado que, alegadamente, os recebia em casa* com "cafés" e "chocolatinhos" para preparar os jogos. Se se portassem bem, seriam "acompanhados por umas meninas", diz a ex-menina. A não perder o desenrolar da novela que, como se sabe, terá um final feliz, com toda a gente a rir e a assistir a jogos no conforto de um lugar da tribuna ou de um lar luxuosamente decorado - nada tenho contra tribunas ou lares luxuosos, aqui o que me choca é a possibilidade de assistirem aos jogos fora da cadeia.

*a mesma casa em que habitava (e habita) Jorge Nuno Pinto da Costa, não menos respeitável que a senhora mencionada no texto.

Rei Coroado


Coroado pela imprensa e FPF, o Jorge é uma mistura de alter-ego da arbitragem e Oráculo de Delfos.

Destinado a ser o primeiro presidente da Associação de Árbitros Profissionais de Portugal, impondo um estilo ora conciliatório, ora funerário através de uma retórica que flutua entre a sensatez e a dura lei, acabou por ser coroado (como o nome indica) com a pompa e circunstância que merece.

Comenta pelo menos em dois canais de TV (não sei se em mais algum), tem coluna própria na imprensa e é sempre consultado num ou noutro caso mais difícil de perceber depois das 146 repetições em câmara lenta de 3 ângulos diferentes e que apenas aquele problema ocular dos adeptos (clubitite) impede de ver o que está à frente dos olhos de qualquer mortal.

Se deram conta da forma como trata os seus ex-colegas de profissão perceberá que só através de um golpe de Estado e do convencimento da opinião pública através da intensa repetição da sua imagem de ser idóneo e equidistante capaz de ir “até as últimas consequências” na análise do desempenho de um árbitro. Louve-se no Jorge Coroado um aspecto: ninguém gosta particularmente dele: nem Benfica, nem Sporting ou Porto. Também não conheço nenhum dos pequenos clubes que tenha demonstrado particular simpatia. Dirigentes evitam-no e nenhum dos seus pares demonstra particular apreço (Bolas! O homem escreveu um livro e não há ninguém a comprá-lo!).
Então, donde vem esta particular mediatização? Quem entronou o Coroado?
A quem serve esta imagem soberana, pairando sobre os árbitros como uma sombra, donde emana raios mais ou menos expressivos (pelo menos é assim o desenho da crónica de jornal). Porque o toleram, porque ninguém o contesta ou aponta que este Coroado é, de facto humano, imperfeito mortal como os outros (lembram-se da azia?).
Numa das suas últimas aparições televisivas e confrontado com os cinco lances que ocuparam a imprensa desportiva (os grandes ganharam, não houve golos com a mão, que chatice! Lá foram buscar as faltas), decretou que todos os lances eram passíveis de expulsão e que os árbitros deveriam agir em conformidade. O jornalista pergunta se, em caso de dúvida não deveriam ter, pelo menos o amarelo, ao que Sua Majestade recusa, numa tautologia definitiva: Se não é para exibir vermelho, mais vale não contemporizar e não mostrar nada. Que calafrio!
Razão tem o velho Maquiavel quando afirmava “Os homens raramente têm valor bastante para ser inteiramente bons ou inteiramente maus”.

Vinhas

Tuesday, December 05, 2006

Pensamentos não muito claros sobre a justiça de um resultado e devaneios premonitórios acerca da tragédia alheia

Há títulos que dispensam o próprio texto. O leitor menos apto pode considerar-se, portanto, dispensado do fardo de palha que se segue: duvido que no meio de todas estas linhas a que me proponho escrever daqui em diante venha a encontrar uma só ideia relevante que não esteja implícita no título (eu até adivinho quem vai estrear a caixa de comentários, depois deste aviso - e aqui está a minha primeira premonição).

Ora, sexta-feira - hei!, alto... os meninos das risquinhas ainda não estão dispensados da leitura. A não ser que integrem o grupo supracitado, que não olha a cores, ideologias ou religiões. Dizia eu, sexta-feira. Foi um bonito início de Dezembro. No dia anterior, comentava eu com a minha partenaire, nos bastidores da nossa diminuta mas mui acolhedora e atarefada redacção (nada de pensamentos, hein! A Helena é uma mulher de respeito.), que, desde aquela semana de um Maio não muito distante em que os tixas se aprestavam a ganhar tudo, eu não me sentia tão seguro e confiante antes de um derby. Convenhamos: as últimas vitórias dos alvaláxxios deveram-se, quase sempre, a inspirações do Levezinho e desatinos da defesa benfiquista. Mais: o Sportém vinha de uma sequência de não derrotas longa, sim, mas inconsistente - no Marítimo, foi o que se viu; na Figueira, foi o que se sabe; com o Braga, foi aquela miséria... Enfim. Pensava eu: "isto se o Levezinho mantiver o nível, se o Tello for estacionado e se o Quarto-de-hora Martins se distrair com o barulho, a coisa está mais que ganha". Confesso: cheguei a confidenciar à Helena que esperava goleada Gloriosa. Começámos bem e eu esfreguei as mãos e a lâmpada mágica. Saiu o Simão e fez mais um. E eu "ai, que isto vai ser uma noite impiedosa". Mas enganei-me - eu, que raramente me engano, cometi o lapso: esperei mais do engenheiro. Já se sabe, o engenheiro só dá ou o que tem ou, em dias de excepção, muito pouco. Foi o caso. Não se percebe: o jogo dominado, dois golos de vantagem, clara superioridade sobre o adversário, melhor na construção de jogo, seguro a defender, mais concentração... por que não pegar na iniciativa do jogo? Com o Sportém já de rastos, a manipulação teria sido fácil. Exigia-se mais. Apenas duas notas excepcionais acerca da partida. Ou três, sei lá, escrevo o que me apetecer, o blogue é MEU! A exibição segura da dupla de centrais, coisa rara quando têm Liedson pela frente (ok, desta vez jogou apenas a camisola de Liedson, mas é digno de registo); a confiança de Quim, muito sereno em todas as situações; as arrancadas de Nelson, a colocar Tello em sentido (eu esperei que este viesse a ser o ponto fraco do Benfica; foi o contrário); a capacidade atacante da equipa, com todos os elementos a cumprirem a sua missão na perfeição: Miccoli chutou à barra e saiu coxo; Simão agradeceu os aplausos do público; Amelinha, à falta de bola, aviou a criança. Assim, vale a pena pagar bilhete. Dianabol a rodos para todos, não vale a pena discriminar. Ah, a cena da justiça: o resultado foi justo mas não muito... humm... a vitória foi justa mas os números foram injustos. Isso, é isso. A goleada ficou curtinha.

Agora a parte menos boa: as minhas previsões europeias.

Depois desta análise, alguém me dá uma razão - uma só - para eu acreditar que o Sportém ganha amanhã aos russo? E logo ao meu Spartak! É o ganhas. Não têm condições. Aliás, para ganharem, precisariam de marcar golos. E isso, meus amigos, a turminha ainda não sabe como se faz. Às vezes tem sorte. Mas eu aponto para o zero a zero. Fazendo fé que o Titov não repete a gracinha de há seis anos - coisa que muito havia de desagradar-me.

O Folcuporto tem - diz-se ( e este "diz-se" tem ênfase de "quem vos aviso vosso amigo é") - a tarefa mais fácil das três equipas. Isto, porque, aparentemente, o Arsenal é uma equipa menor do futebol europeu. Bem sei, não tem Henry. E isso é handycap dos grandes. Mas tem muitas outras soluções (Rosicky, Ljugnber, Gallas, Baptista, Hleb e, sobretudo, Gilberto em grande forma), um treinador matreiro e jovens que surgem num patamar muito elevado do futebol europeu (Van Persie, Fabregas e Adebayor à cabeça). Ora, não me pareça que se possa subestimar esta equipa. Mais: o Arsenal é aquele clube da história do futebol europeu que faz quase sempre o oposto do que se espera - o ano passado, por exemplo, chegou à final da Champions; há uns anos, perdeu os 3 primeiros jogos da fase de grupos e apurou-se; etc. Eu não acho que o Folcuporto seja favorito. Até porque não precisa de ganhar e o Arsenal sim, precisa. Isto é um factor extra a levar em conta. Já se sabe que, nestas coisas de ser caguinchas, o professor é mestre e o quanto baste é escola.

E, finalmente, o nosso Glorioso (as caixas de comentários agitam-se em aplausos fervorosos e bruás de entusiasmo desmedido - calma, meus amigos, ainda não é desta que o Mantorras não é titular...). A tarefa não é nada que se deseje a um inimigo não muito inimigo, é certo. O United desta época é diferente e mais poderoso daquele outro da anterior. Têm um Ronaldo em grande forma e isso, por si só, é temível. Têm um ponta-de-lança de grande calibre (como é que eu nunca lhe dei atenção antes?), sempre danadinho para fazer o estrago. E depois têm o resto: um esquema de jogo há 20 anos intocável; uma base de equipa que só lhe falta viver em Old Trafford; uns pozinhos de adereço aqui e ali, com Rooney a ser o pozinho-mor. Imponente, convenhamos. Uma vitória do Benfica - e consequente continuidade na Champions - significará, incontornavelmente (eu soletro, fpm: in - con - tor - na - vel - men - te), um feito magnífico. Não esqueçamos que nem folcuporto-de-mourinho campeão europeu conseguiu vencer em Old Trafford - e aquele empate, meus amigos... golo gamadinho ao Scholes e uma recarga do ministro, muito mijadinha, a fechar a partida... Não foi gloriosa. Ora, nós precisamos disso: buscar, não só o resultado, mas acreditar que, para lá dele, logo a seguir ao apito afinal, encontraremos a Glória, essa saudosa companheira - e não me refiro àquela gorda da escola primária; é A Glória. Como em "Glória Divina" - e não me refiro à mulher a di... esqueçam, acho que perceberam a ideia. A questão fundamental é esta: se a atitude for menor que esta, podemos dizer adeus à Liga dos Campeões deste ano (e este é o cenário mais provável...). Ainda se tivéssemos o Paulo Bento, perderíamos, mas com tranquilidade. Agora, com o engenheiro... nunca se sabe. Será que sabemos ganhar sem tranquilidade? Eu tenho a minha ideia sobre o assunto...

Saturday, December 02, 2006

Amigo lagartixa...

... eu vou xingar de você.