"Uma orquestra não pode ter só violinos, também tem de ter bombos para produzir um som de qualidade e harmonioso."
Luís Campos sobre Beto, jogador do Benfica, in O Jogo.
Luís Campos é assim: numa só frase, numa só tirada, consegue suscitar uma imensa variedade de leituras. Em primeiro lugar, uma certeza: encontrar como principal característica de um bombo a sua harmonia denota que, para além do mundo do futebol, existe outro mundo que o mestre não domina de todo: o da música. Depois ainda há outros esclarecimentos a fazer: a fanfarra dos bombeiros da minha terra também tem o seu bombo. No entanto, não estou a ver o seu instrumentista a tocar numa orquestra, if you know what I mean. Já no plano desportivo, as palavras de Luís Campos são de uma subliminaridade a que o... "técnico"... já nos habituou. São subliminaridades involuntárias, acidentais, são frutos do descuido, da ignorância, da falta de jeito e da ausência de talento. Mas não deixam de ser subliminaridades. A de hoje é bem significativa e, para quem pensar dois segundos, torna-se evidente: o Benfica não deve vender Beto ao Larissa. O Benfica deve fazer um esforço financeiro e pagar a algum clube rival, português, para que este fique com o jogador. Pelo menos, é desta forma que eu interpreto os elogios do Luís Campos: o melhor é ter cuidado com o jogador visado.