Monday, May 29, 2006

"Uma orquestra não pode ter só violinos, também tem de ter bombos para produzir um som de qualidade e harmonioso."

Luís Campos sobre Beto, jogador do Benfica, in O Jogo.

Luís Campos é assim: numa só frase, numa só tirada, consegue suscitar uma imensa variedade de leituras. Em primeiro lugar, uma certeza: encontrar como principal característica de um bombo a sua harmonia denota que, para além do mundo do futebol, existe outro mundo que o mestre não domina de todo: o da música. Depois ainda há outros esclarecimentos a fazer: a fanfarra dos bombeiros da minha terra também tem o seu bombo. No entanto, não estou a ver o seu instrumentista a tocar numa orquestra, if you know what I mean. Já no plano desportivo, as palavras de Luís Campos são de uma subliminaridade a que o... "técnico"... já nos habituou. São subliminaridades involuntárias, acidentais, são frutos do descuido, da ignorância, da falta de jeito e da ausência de talento. Mas não deixam de ser subliminaridades. A de hoje é bem significativa e, para quem pensar dois segundos, torna-se evidente: o Benfica não deve vender Beto ao Larissa. O Benfica deve fazer um esforço financeiro e pagar a algum clube rival, português, para que este fique com o jogador. Pelo menos, é desta forma que eu interpreto os elogios do Luís Campos: o melhor é ter cuidado com o jogador visado.

Friday, May 26, 2006

Europeu de sub-21

Eu, caso Portugal seja eliminado logo na primeira fase, sou da opinião que se acabava já com a porcaria do campeonato. Quer dizer, vêm cá jogar para o nosso país, nos nossos estádios, na nossa relva, para o nosso público e ganham à nossa equipa?! Que falta de chá... Típico dos estrangeiros. Querem jogar, vão lá para os vossos, países, pá! Se não têm estádios decentes, recrutem ucranianos e cabo-verdianos e construam-nos. Querem ganhar, vão para a vossa terra.

ÚLTIMA HORA!!! EXTRA! EXTRA!

EXCLUSIVO DIANABOL!

A nossa reduzida mas muito competente redacção soube, por fontes próximas do clube e do jogador, que para o ano o Benfica já não vai contratar o Rui Costa.

Dianabol - sempre na linha da frente.

Tuesday, May 23, 2006

Sub 21 - primeiras impressões

Estas notas são dadas com ressalva: o primeiro jogo foi contra a França, que tem uma belíssima equipa. O golo francês também foi obtido com alguma sorte...

Notas negativas:

-Nelson. Não me parece que, neste momento, tenha estofo para este nível de competição. Cada vez mais ganha forma de flop, depois de uma época muito boa no Boavista e de um início de temporada fulgurante no Benfica... Dos piores portugueses em campo.

-Hugo Almeida. Outra promessa cada vez mais próxima do flop. Burro a jogar na área, não dá uso ao físico. Muito pouco paraum ponta-de-lança que, quanto a mim, até podia ser escolha para os AA (se Postiga o foi...).

-Quaresma. Inconsequente e pouco pragmático. Se fizer os restantes jogos assim, ninguém irá lembrar-se que Scolari o deixou de fora da convocatória.

-Agostinho Oliveira. O meio-campo português está bem recheado e é difícil escolher as peças: Nani, Moutinho, Manuel Fernandes, Raul Meireles... Porém, num jogo destas características, julgo que Fernandes era uma das soluções mais indicadas. Depois, no ataque, deixou Lourenço para solução dos últimos cinco minutos. Errado. Lourenço devia ter entrado mais cedo. E a entrada de Varela só se justificaria com a saída de Hugo Almeida.

Notas positivas:

-João Moutinho. Uma maravilha vê-lo jogar. Talvez a selecção AA venha a sentir falta de um cérebro-trabalhador como este. O melhor português.

-Diogo Valente. Este rapaz tem raça e bons pés. O FC Porto fez uma boa contratação, sem dúvida.

De resto, a equipa não esteve mal. E os franceses têm mesmo uma óptima equipa, muito madura, bem rotinada e com vários jogadores de alto nível. Segue-se a Sérvia...

Friday, May 19, 2006

ELEGIA AO ARSENAL F.C.

(Glosa à cantata de Dido, de Correia Garção)

por: Bento Barbosa

Publicado sem autorização mas com a devida vénia.


Já no dourado azul da Catalunha
Da nave do Barcelona os motores
Ralentavam na pista iluminada
Onde uma multidão se entrechocava.
O tristíssimo Wenger
P'lo Estádio de Paris vaga gemendo
As mãos erguidas 'inda em vão pragueja
Contra a sorte mofina.
Só cadeiras vazias, relvado ermo
O Estádio de Paris 'stá tumular.
Tenebroso silêncio, cai a chuva
E lava o sonho, sobra a tragédia.
Das bancadas despidas
Dos holofotes atros
Julga 'inda retinir nos seus ouvidos
Da claque dos gunners
O soberbo clamor.
E de bocas mil, em canto uníssono,
Julga ainda ouvir dizer: É nossa! A taça é nossa!
Já a vitória tem certa,
O coração jubila
Mas, viu, esmorecido
As suas redes tão inexpugnáveis
Por duas vezes serem violadas;
E a chama da vitória,
Em cinzas da derrota converter-se.
Cabisbaixo, suspira!
Explode em pontapés,
Como fosse possível dar na sorte
Um pontapé que favorável a tornasse ainda.
Mas, no campo deserto,
Onde há pouco milhares
Ouviu, maravilhado,
Cânticos de louvor, Olés e Urras;
Ali mesmo, o cruel destino, o fado
A torcida Blaugrana lhe apresenta
Calando a sua claque moribunda,
Qual vaga se desfaz com a seguinte.
Os cantos catalães o atormentam:
Tapa os ouvidos, fecha as mãos nervosas,
Cerra os olhos, debalde. Dentro do crâneo
A fatídica imagem surge crua,
A casquinar, tripudiar, sardónica,
Sem descanso, tenaz, alucinante.
Aos lacrimosos olhos marejados
Junta-se a chuva em gotas de lamento.
Sucumbe. Deprimido, cai apático
Num desconexo solilópquio surdo
Como a noite sombria.
Quando recorda a Taça gloriosa
Que o rival lhe arrebata,
Estas últimas queixas expeliu.
E os lastimosos, lúgubres lamentos
Delas desertas bancadas ecoando
Longo tempo depois se repetiram:
Grandes projectos,
Tão bem gizados
Pelo meu saber,
Enquanto os fados
O consentiram
Foram logrados.
Mas, no final,
Ao Arsenal
Foram roubados.

Grande Arsenal
Assaz jogou
Com muita garra
Se comportou.
Agora triste
Já da derrota
Ninguém resiste
E faz chacota.
Da Taça linda,
Que namorou,
O sonho finda
Outro a levou.

Wednesday, May 17, 2006

Poesia e Futebol

Ah, pois é, meus incautos leitores: se o Arsenal ganha o jogo hoje à noite, amanhã o Dianabol, mais do que uma maternidade descentralizada de opiniões bairristas e insubordinadas, será uma incubadora inspirada, uma mãe parideira que dará à luz uma ode a Henry e restantes londrinos. Por acaso, Henry é o protótipo do londrino, não sei se já lhe observaram as feições... Adiante: se os gunners forem campeões europeus, a ode será escrita com minha própria pena. Ou, reformulando: a ode será escrita por mim, com muita pena vossa. Por não serdes os autores de tamanha obra.

Tuesday, May 16, 2006

ÚLTIMA HORA!!!

Diz que o Rui Costa vem MESMO para o Benfica!



Os leitores do Dianabol parecem ter ficado bem-dispostos com a piada.



"Mas quem é esse Rui Costa, afinal? todos os anos ouço falar dele quando estou na Quarteira...", indaga Cláudia Cristina Carina, a primeira a contar da direita.



"O Rui Costa?! Mas ele já é da idade do meu pai!..." exclama, entre gargalhadas pueris, mas nada inocentes, Chiquito Valderrama.



"Ai, essa é boa... essa é mesmo muito boa... ai... ainda eu e o meu Dodi andávamos de Mercedes e já ele vinha todos os anos... o Rui, não o Dodi... ah ah ah..."

Os 23

Quaresma

Ai, que horror, que escândalo, o Quaresma não foi convocado... Poupem-me. O Quaresma foi altamente sobrevalorizado esta época. Intercalou grandes exibições - que as fez, sem dúvida - com mediocridade de "gajo que se arrasta" no campo. É um jogador imaturo, ainda em construção e que raramente integrou o grupo de Scolari, tendo sido utilizado meia-dúzia de vezes (se tanto...) e sempre a suplente-pouco-utilizado, salvo uma rara excepção que fez questão de desbaratar. Não está pronto para disputar um Mundial. Aliás, Quaresma padece do mesmo mal de Simão... reformulo: Quaresma padece de um mal do qual Simão também já padeceu - esconde-se nos jogos grandes. Desaparece ou aparece a espaços, o que é pouco quando se troca a alta competição pela "mais alta competição". Quaresma foi bem convocado para os sub-21 e não tem (por enquanto, evidentemente) lugar nos AA. Ponto.

Bruno Vale

Bem convocado. Depois de uma época de alto nível e de ter progredido em todos os escalões das selecções nacionais, merece e justifica a chamada. Mais: julgo que está presentemente mais apto para ser o segundo guarda-redes do que Quim.

Ricardo Costa

Escolha duvidosa. Sem pensar muito, vejo Tonel, Ricardo Rocha e Pedro Emanuel mais aptos para a função e para o lugar. A justificação para a chamada pode prender-se com a renovação da equipa. Porém, julgo que, a ser essa a justificação, se trata de um equívoco: o Felipão pode ir descansado que o seu substituo tratará de renovar a equipa já daqui a uns meses.

Costinha

Chamada incompreensível e injustificável. Por mais disciplinado que Costinha seja, por mais culto, poliglota e ministro que o apelidem, a verdade é que lhe falta ritmo competitivo. Ou será que o sargentão vai pô-lo a rodar nos jogos contra o "Iran" e a Angola? Se calhar é isso. Só sei que ficaram de fora Manuel Fernandes e João Moutinho. Qualquer um deles poderia ter ocupado a vaga.

Hugo Viana

A sua chamada é preferível à chamada de Rui Costa. Porém, o nome de Moutinho volta a surgir-me como possibilidade forte para o lugar. Ainda assim, é uma escolha que se aceita, até pelo facto de ser polivalente e de jogar de pé esquerdo.

Boa Morte

Pela época que fez e pela regularidade com que é chamado, não merece contestação. Temo apenas pelo seu temperamento. Mas também faz lá falta alguém que saiba afiambrar à inglesa. E nisso ele é expert.


Hélder Postiga


Mais uma chamada incompreensível. Com João Tomás em forma, é quase escandaloso que se chame o único striker português menos goleador do que a Amélinha. Até Hugo Almeida justificaria melhor a chamada. Por mim, Postiga continua a ser dos maiores flops da bola à portuguesa. Deus queira que me engane e que o gajo vá inspirado.

Posto isto, todos os não mencionados são escolhas seguras, esperadas e mais que justificadas. A minha bênção dianabólica a todos e não se esqueçam: cuidado com o controlo anti-dopping. E com os passeios na praia. E com todas as outras Paulas do mundo.

Monday, May 15, 2006

Dobradinha à moda do Porto

(Título deliberadamente acéfalo e previsível - o folcuporto não me merece um esforço maior que este)

Bom, e agora que falámos da final da Taça e da surpreendente derrota setubalense na prova, passemos ao que importa.

Titula A Bola em caracteres gigantes, suportando-se num suposto desabafo de Ricardo Quaresma:

"Esperava ir ao mundial mas ninguém morreu".

Ao que as pessoas chegam só para conquistar um lugar na equipa...

Wednesday, May 10, 2006

Uma questão de tradição

No final de cada época, Fábio Rochemback não dispensa os seus 90 minutos de enxovalho numa boa final da Taça UEFA. Resta saber com que cores e sob que símbolo será o brasileiro goleado na próxima temporada.

Monday, May 08, 2006

Prémios Dianabol - 2005-2006

Melhor jogador:

1.º Lucho González (FC porto)
2.º João Moutinho (Sporting)
3.º Léo (Benfica)

Melhor guarda-redes:

1.º Helton (FC Porto)
2.º Bruno Vale (Estrela da Amadora)
3.º Paulo Santos (Sp. Braga)

Prémio José Mourinho:

1.º Paulo Bento (Sporting)
2.º Manuel Machado (Nacional)
3.º Toni (Estrela da Amadora)

Prémio Luís Campos:

1.º José Couceiro (Belenses)
2.º José Peseiro (Sporting/Sindicato dos Jogadores)
3.º Vítor Pontes (Vit. Guimarães)

Onze ideal:

GR- Helton (FC Porto); DE- Léo (Benfica); DC- Luisão (Benfica); DC- Tonel (Sporting); DD- Alcides (Benfica); MDC- Paulo Assunção (FC Porto); MC- João Moutinho (Sporting); MC- Lucho González (FC Porto); EE- Simão Sabrosa (Benfica); ED- Quaresma (FC Porto); PL- Meyong (Belenenses).

Equipa sensação:

- Estrela da Amadora.

Equipa desilusão:

- Vitória de Guimarães.

N.R. - Escolhas obviamente discutíveis porque são pessoais. Não existe qualquer outro critério de avaliação aqui para além do "isto é o que eu acho". As escolhas da maioria dos jogadores recai sobre os três grandes. Não é por ser preguiçoso - e bem que poderia ser -; é antes porque aos jogadores dos 3 grandes é mais fácil avaliar e acompanhar a sua evolução durante toda a época. Certamente, haverá jogadores de grande potencial nos outros clubes. Porém, meia-dúzia de jogos não chega como amostra para formar uma opinião acerca de toda a época. Na questão dos treinadores, deixo também uma ressalva sob forma de menções honrosas: Co Adriaanse tem que ser mencionado, evidentemente, já que foi campeão - perde para Paulo Bento no confronto directo (embora lhe tenha ganho no campo), perde para Manuel Machado e Toni pelas óbvias diferenças entre os plantéis que um e outros geriam; Jesualdo Ferreira merece também a menção, pois creio que, caso não o tivessem desfalcado a meio da época, talvez a luta pela Champions tivesse sido diferente. Ainda para os prémios Luís Campos, muita gente ficou de fora porque teve pouco tempo para mostrar credenciais. Mas Manuel Cajuda esteve com uma mão no troféu de terceiro classificado. Quanto aos centrais, escusam alguns dos clientes habituais vir espernear "ah, que é injusto não estar lá o Pepe". Digo e repito: não gosto do Pepe, não acho que seja tão bom como o pintam. Para a lateral direita tive também as minhas dúvidas: Abel esteve quase, quase, quase a roubar o lugar a Alcides. Mas, aqui, a minha parcialidade falou mais alto. Há ainda outros jogadores que ficam de fora destas contas mas que merecem notas positivas (as negativas ficam para depois) pelas seguintes razões: a revelação (esperada, digo eu) de Raul Meireles; os golos cirúrgicos de Adriano; a regularidade e peso na equipa de Nuno Gomes; o reforço de Caneira; o paredão Nem; a garra e o espírito de Zé Gomes (se fosse por ele, o Rio Ave não descia). Há mais, com toda a certeza. Mas os prémios não chegam para todos... Pelo sim, pelo não, tenho um alguidar de Dianabol. Quem quiser que se sirva à vontade...

As Festas e as Lágrimas

No Alvaláxia, festeja-se. Não pela vitória, que foi apenas mais uma; não pelos títulos conquistados esta época, que foram exactamente os mesmos que na época anterior e na anterior a essa e na outra antes e...; nem sequer pelos 3 milhões de euros (que às vezes, pelo que leio, são considerados uma fortuna...) que o golo de Moutinho garantiu à partida. No Alvaláxia festeja-se pelo único motivo que leva os sportinguistas a festejar: superaram o Benfica - coisa rara, assinale-se. Parabéns e degustem bem o momento, pode não se repetir nos próximos tempos. E parabéns pela ascensão no pódio. Por falar nisso, aqui este lugar já tinha a marca dos vossos pés.

Na Luz não se festeja nem se chora. Fazem-se contas: quanto se ganha se se for para a Champions; quem se pode vender para poder contar com esse apuramento; o que é que é mais lucrativo - vender o Simão ou segurá-lo mais uns meses para entrar na "liga dos milhões"; e a Amelinha? Vende-se ou não aos italianos?; e o que é que se faz com o Robert, o Manduca, o Marco Ferreira, o Marcel, a Dulcineide, o Beto, o Karyaka, o Geovanni e o Andersson? Dá-se a uma quermesse? Hummm... se calhar dá prejuízo. À quermesse, digo eu. E o holandês desbocado e rosadinho? Manda-se para a Philips? Se o PSV pagar... e se não pagar? Que tal dar-lhe umas "férias à Ivic"? No Porto resultou. E as eleições de Outubro? Hã? Vamos lá ou não? Hã? E deixa-se o Veiga de fora? Hã? Eu corria já com ele... lá para o Luxemburgo ou para casa do Padrinho ou qualquer coisa assim, no estrangeiro. O Pinto da Costa não mora no estrangeiro? Tudo bem, mas o seu território também tem o seu quê de off-shore. Serve.

No Dragão já se festejou o que havia para festejar. Ah, não, espera, ainda falta a Taça - já vos tinha dito que sou do Vitórria há muito, muito tempo? Para aí há uns... digamos três semanas. Ou mais! Vi-tó-rria! Vi-tó-rria! Vi-tó-rria! A gente ganha aquilo. A brincar. Folcuporto? Ó, pá, esses só sabem é atacar. Melhor defesa da Europa? Isso foi coincidência. Joga o Helton ou o Baía? Eu, por mim, jogava o velho. Eu, por mim, ele até ia à selecção... Precisamos de gente grisalha no balneário. Para dar um ar idóneo, vivido. Faz falta, se não aquilo é só putos - ele é Quaresmas, ele é Ronaldos... só faltava levarem agora o Manuel Fernandes ou o Moutinho. Ou os dois. Depois tinham que levar uma ama... Mas diz que no Jamor joga o Helton. Olha, defende-se com onze e abdica-se do ataque. Pode ser que se chegue aos penalties. E, então, reza-se muito e chuta-se com força. Pumba. Já cá canta!

Em Guimarães não se festeja, pelo contrário. Mas também não se chora, que aquilo é gente do Nuorte, carago. Ali, se a coisa corre mal, parte-se para a violência. Olha, por exemplo, os jogadores, para não saírem de ambulância, abalaram em carros da polícia. Numa onda assim undercover, a fazer lembrar os filmes. E o povo todo à espera, à porta do estádio, com pedras e garrafas e palavras de arremesso. Aquilo é gente magoada. 48 anos depois, voltam lá abaixo. Deve doer. Eu avisei: deviam ter aplicado a "fórmula encava o Benfica" mais vezes. A outras equipas também. Assim, olha... É tentar não ir à falência.

Em Belém, não se passa nada. Diz que há trinta e cinco ou trinta e seis pessoas que estão tristes. Mas não muito. As vitórias do Porto compensam as desgraças do Couceiro - bibó Puorto, carago! Ah, não, espera, este era o parágrafo dedicado aos pastéis. Lá estou eu a confundir tudo outra vez... Lamento. O que eu queria dizer era isto: desçam devagarinho. E os meus pêsames. Ah, e não tentem subir assim muito, muito depressa. Mais vale criar uma estrutura, como diria o Costinha. Ou então, não. Tanto faz. O que importa é que não subam depressa. Até porque - ora, aqui vai uma confissão - eu ando farto de puxar pelo Oriental e pelo Atlético, mas eles não há maneira de subirem: caramba, em Lisboa não há jogos da Liga de Honra! Ou são da primeira, ou são segunda B. Assim, está preenchida uma lacuna. Obrigado Belém. Que belas tardes de domingo eu vou passar: começa-se pelo CCB, depois vai-se ao Padrão, uns minutinhos de esplanada, compra-se duas dúzias de pastéis e, mais logo, chega-se ao prato principal - um desafio da Liga de Honra com vista para o Cristo Rei. É o que se chama "qualidade de vida".

Thursday, May 04, 2006

Vários pensamentos interessantes

Como é meu hábito, pus-me a pensar. E não é que me lembrei de umas coisas engraçadas? Quer dizer, engraçadas no sentido de cerebralmente estimulantes, não no sentido de hilariantes. Cá vai.

1) Os comentários de Koeman sobre o Rio Ave - Sportém. Muito se tem falado sobre isso. São insinuações feias, lá isso são. Mas não me convencem que alguém - ok, talvez um Luís Campos, um Vítor Oliveira ou um Octávio Machado, mas não "alguém" em actividade na primeira Liga, pronto - dizia eu que não me convencem que alguém seja tão obtuso que realmente ache que o Rio Ave fez de propósito para sofrer golos contra o Sportém, correndo o risco de descer de divisão por causa disso. Seria exagero de estupidez. Temos, portanto, uma de duas hipóteses: ou Koeman é retardado; ou Koeman lançou a laracha de maneira a entreter os média durante sete dias e a enervar a turminha verde-alface, que se indigna com estrondo, durante outros tantos. Eu vou mais pela segunda, até porque o plantel e as especulações sobre os jogadores benfiquistas - e o próprio Koeman - já começaram, sendo que este assunto sempre desvia um pouco - é pena que não desvie mais - as atenções.

2) Sobre a saída de Koeman. A verdade é que Ronald, o Rosadinho, não fez o suficiente para que eu o defenda. Porém, o Benfica merece defesa. Não creio que mudar de treinador como quem muda de cuecas... bom, talvez a analogia não tenha sido feliz... mudar de treinador como quem muda de destino de férias - ah-ah! esta sim, foi boa - seja uma boa base de trabalho e de preparação de uma época. Da última vez que um treinador transitou com sucesso, o Benfica fez um óptimo campeonato e ganhou a Taça de Portugal. É pouco? Não, foi muito. Trata-se de Camacho, que construiu (porque teve tempo e tolerância dos adeptos) toda a base da equipa actual, que ficou em segundo porque em primeiro ficou o "Porto de Mourinho" e a Taça foi ganha contra esse mesmo "Porto de Mourinho" (não confundir com "FC Porto"). Por tudo isto, e também porque a época não foi tão desastrosa quanto a pintam agora - antes de 28 de Fevereiro, estávamos lançados; fomos eliminados da Taça num jogo em que fizemos cerca de 30 - trinta! - remates à baliza; fomos eliminados da Champions pela melhor equipa da actualidade e depois de ter ultrapassado Man. Utd. e o Campeão Europeu em título (qualquer das formações com um orçamento bastantes vezes superior ao do Benfica) -, penso que a continuidade seria a solução. Ou, pelo menos, não seria o agravamento do "problema". Se querem mandar alguém para o PSV, experimentem mandar o Veiga - se calhar, os resultados serão surpreendentes. Aproveitem, façam também um pacotinho com os "seus" reforços de Inverno. E "seus" não é metáfora.

3) Os mesmo benfiquistas que desejaram a permanência de Trapattoni, desejam agora a saída de Koeman. Companheiros: olhai para o relvado. O Benfica Koemanista não é de encantar. Mas o da "velha raposa" era uma lástima. Sejam justos: o velho ganhou nem sabe como. Fez muito bem em ir apanhar ar para a terra da Daimler. Às tantas, esta multidão benfiquista que se manifesta sem pensar muito bem quase faz (eu disse "quase") lembrar os sócios do Sportém a votar no senhor Franco. Francamente.

4) Se o 76 do Sportém se chamasse Rui Nereu, não faltariam sátiras arruaceiras acerca das suas qualidades de surfista. Sendo o Labreca do Montijo, suponho que a sua vocação seja moço de forcados. Pelo menos, a avaliar pela forma como tentou pegar a bola domingo passado: de caras. Isto, numa primeira fase. Numa segunda, fez como os outros: vergou-se e apanhou-a do interior das malhas. É treinar a sernelha.

5) Nós, os benfiquistas, temos fama de bárbaros, de Barbas, de básicos, etc. (ver lista completa no texto "Ladainha", mais abaixo). Suponho que a invasão de campo, em Penafiel, tenha sido protagonizada por "elementos infiltrados" dos No Name Boys. Aquilo só podia ser gente da Damaia e da Cova da Moura. Só que pintados de branco e vestidos de azul. Haja decoro.

6) Soares Franco em início de mandato. Começou com o pé direito e a cumprir com a palavra. Não podendo vender um imóvel como tanto apregoou, vai vender um semi-imóvel: convenhamos que Carlos Martins passa metade da época lesionado, um quarto da época no banco e, no outro quarto - quando joga -, só aguenta 45 minutos. Feitas as contas, mexe-se durante cerca de um oitavo daquilo que devia. O que equivale a 4 jogos ou 360 minutos (pouco mais que isso). Para além das suas características enquanto futebolista, está longe de ser património desportivo. Quanto muito, será "pouco desportivo", na linha de um Sá Pinto ou de um Beto (Beto Severo, o do Bordéus). Muito bem, senhor Franco.

7) As cantorias de Quaresma e companhia. Muito se falou sobre os cânticos anti-benfiquistas na festa dos jogadores folcuportistas. Como devem imaginar, fiquei ofendidíssimo. Aliás, gostaria de expressar aqui a minha indignação... E, como sei que eles também são sensíveis e vão sentir-se ofendidos, molestados no íntimo e afectados na honra, aqui vai a minha resposta: Quaresma, vai levar na peida enquanto eu acabo a cerveja. Agora, castiguem-me, vá.

8) O chourinho de Mourinho. Surpreendente. Depois de ganhar, biganhar, triganhar e tetraganhar, Mourinho não está feliz. Porquê? Porque não lhe reconhecem o mérito. Jose (lê-se "rouséi"), vai por mim: o respeito tem um preço. Normalmente, a base de licitação é a reciprocidade. Ora, Zé, pensa lá um bocadinho...

Wednesday, May 03, 2006

Não vai ser fácil

Pronto, começou. Ainda falta uma jornada para o final da época, ainda falta disputar-se uma final da Taça de Portugal, está a decorrer um Europeu de sub-17, vai disputar-se um Europeu de sub-21 e, a fechar, temos a prova mais entusiasmante do desporto rei, o Mundial, que faz com que os adeptos de futebol de todo o mundo - este ano, até de Trindade e Tobago, que sim, que também fica no planeta Terra, o tal que é "o mundo" - passem um mês inteiro sem prestar atenção alguma à realidade, à família, ao dinheiro, ao trabalho, à política, às catástrofes naturais e, no caso específico de Portugal, à crise. Há tanta coisa bonita e interessante a acontecer e por acontecer no universo futebolístico, mas... a verdade é que tudo isso importa muito pouco quando comparado com as especulações sobre que jogador é que o Lyon quer comprar ao Benfica (será Manuel Fernandes - palpite O Jogo? Será Ricardo Rocha - palpite Record? Aceitam-se apostas). Tudo isso é irrelevante se tivermos em conta o interesse manifestado pela Fiorentina em Simão. Tudo isso são tostões se pesarmos a importância da mudança de Koeman para Eindhoven. Tudo isso é zero, porque o Miccoli é capaz de não assinar. Mundial?! Mas qual mundial?... Notícias, nós queremos é notícias! E, já se sabe, não há melhor notícia do que uma contratação benfiquista. Nem que não passe de uma contratação-manchete. Vai ser um defeso longo...

Tuesday, May 02, 2006

Há 44 anos atrás

O Benfica conquistava a segunda Taça dos Campeões Europeus (nesse tempo, a Taça era mesmo ganha por clubes campeões, não por quartos classificados). Marcaram Coluna, Cavém, o grande capitão José Águas e, por duas vezes, um jovem lingrinhas chamado Eusébio, que chegara à Luz poucos meses antes do feito. Está é uma bela recordação que infelizmente não tenho. Bom, por um lado é felizmente: é sinal que ainda não tenho 44 anos.


(Da esquerda para a direita: Eusébio, melhor jogador português de todos os tempos; Taça dos Campeões Europeus, troféu muito cobiçado; Bella Gutman, imigrante de Leste com mau feitio; Mário Coluna, craque da época.)

Depois desta conquista, seguiram-se mais cinco tentativas para repetir a façanha. Todas elas terminaram da mesma forma: trouxémos para casa a miniatura. E porquê? Por causa de um desgraçado de um húngaro ou búlgaro ou lá o que era o raio do homem que havia de se lembrar de lançar uma maldição... E o Veloso também deu um jeitinho, verdade seja dita.