Monday, December 12, 2005

Análise do caraças, assim, à 14ª jornada!

Resolvi fazer um levantamento, a título de curiosidade, das equipas com quem o Benfica perdeu pontos esta época. Ora vejamos - tome-se como referência o número 25, que corresponde aos pontos conquistados pelo SLB até ao momento:

Fora:

-Académica, 9º, 18 pts.
-Naval, 17º, 11 pts.
-Sporting, 6º, 24 pts.
-Sp. Braga, 4º 26 pts.

Casa:

-Belenenses, 14º, 14 pts.
-Gil Vicente, 15º, 14 pts.
-Rio Ave, 10º, 17 pts.

A isto, acrescente-se que o Benfica tem sete vitórias e outras tantas "não-vitórias". Destas segundas, três são em casa contra equipas não só claramente menores como bastante frágeis - ok, o Rio Ave pode levar o título de "menos má" de entre as três, mas mais do que isso já é generosidade. Fora, existem os empates na Figueira e em Coimbra. Alergia à Beira Litoral? Pois orientem-se.

Dos pontos perdidos com equipas da sua igualha (blhargh... até me custou dizer semelhante coisa... que nojo!...), analisem-se os adversários: em Alvalade, no pior jogo do Benfica esta época, perdemos frente a um Sporting anémico, medíocre, desmotivado e sem cabeça. Em Braga, depois de estar a vencer por um a zero ao intervalo, acabámos por perder 3 a 2 com uma equipa que, desde então, perdeu todos os jogos (3 consecutivos) por 1 a 0, precisamente.

Tudo isto dá que pensar. Este Benfica que perde 17 pontos mal justificados (vá lá que, destes 17, perdesse 5 ou 6, no máximo) é o mesmo que faz isto: ganha 2 a 0, no Dragão, em exibição de nível; ganha 1 a 0, na Luz, ao Boavista (resultado magro mas exibição bem robusta); ganha 4 a 0 em casa ao U. Leiria (maior goleada deste campeonato pobrinho em golos); ganha 1 a 0 fora ao Marítimo, naquele que foi considerado o "pontapé na crise" - a perna direita de Mantorras ainda funcionou, apesar do tempo húmido insular.

Não existe aqui propriamente um padrão. Mas existe um fio condutor: o Benfica encaixa em equipas que sabem dispor-se em campo (isto, excluindo aquelas que não têm nível, como o Penafiel e o Belenenses - concedo que o empate frente ao Belém era inevitável: estavam onze macacos sobre a linha de golo...). Frente ao Sp. Braga, o Benfica perdeu por culpa própria ao tentar conservar demasiado cedo uma vantagem magra. Ou seja: Belenenses e Sp. Braga são as duas excepções a este meu magnífico raciocínio. Ora, se são excepções e se o campeonato já leva 14 jornadas, então a teoria é, no mínimo, válida. Não direi que seja infalível, mas que faz o seu sentido, lá isso faz.

Agora, o doutor Koeman, a quem dou os meus parabéns pela invenção do ponta-de-lança Geovani - mas cuidado, doutor, se ele durar mais dois jogos assim, já é uma sorte... - e pela aposta (finalmente!) na inclusão de Alcides no onze inicial, dizia eu que o doutor Koeman deverá não só interiorizar esta dica que lhe dou como ainda ser inventivo e contornar as dificuldades que se avizinham. Não é que seja para já: os próximos jogos são com o Nacional (em casa, vitória certa, acho que vou ver e tudo) e em Setúbal (fora, mais três pontos para o Glorioso). O problema é quando voltarmos a apanhar as Académicas, os Giis Vicentes, as Navais e derivados. É que Leiria, Guimarães e Paços de Ferreira ainda nem nos acolheram em seus respectivos redutos. Dá que pensar. Por outro lado, e para alegria do meu povo, já não falta muito para o Benfica receber a criadagem das listas verdes, que agora até tem um treinador como deve ser e já sabe distinguir um 4-4-2 de um WM, uma passe em profundidade de um L1 ou uma 4L de um VW. Muito se aprendeu para os lados de Alvalade. E isso irá sair-lhes caro.

Mais perigoso anda o FC Porto. O jogo em Leiria, este fim-de-semana, foi notável. Do meio-campo para a frente, os tripeiros foram avassaladores, tanto em jogo rendilhado, com a bola colada ao pé, como em lançamentos em profundidade, em busca de linha de fundo para "passes de morte" - curiosamente, não foram frequentes os cruzamentos pelas alturas. A vitória foi incontestável e apenas o golo sofrido causa estranheza - um golaço, é certo, mas contra a corrente do jogo. Este Porto vai fazendo estragos, aos poucos. E, sem darmos por ela, já fez 31 pontos em 14 jogos. Esta frase tem peso, ao contrário do que possam pensar. Não quero ser um João Querido Manha, mas o certo é que, a época passada, o Benfica foi campeão com 65 pontos em 34 jogos. Para atingir a marca, ao FC Porto só faltam 34 pontos e ainda tem 20 jogos para os conseguir. Tendo em conta que o desenrolar da época, com crises e renascimentos sazonais, tem sido semelhante ao da época passada, parece-me difícil o título escapar ao FC Porto. Que até pôde dar-se ao luxo de perder em casa com o Benfica (6 pontos de vantagem) e empatar com o Sporting (7 pontos de vantagem). Assim, estas vantagens no confronto directo de pouco valem.

Olhando para a tabela, devo tomar notas: registo para o estrondoso Nacional. Maturidade, arrumação, vontade de ganhar e algum talento à mistura são ingredientes para a receita do sucesso. Pena é que caiam já na próxima jornada às mãos do impiedoso SLB. Que a derrota lhes seja leve. Admito também que esse futuro desaire seja o início de uma quebra na sequência de resultados - coisa que ainda não afectou a equipa madeirense até ao momento. Mas, como sabem, calha a todos - vejam-se os três grandes, o Sporting e ainda o Sp. Braga: já todos tiveram os seus altos e baixos.

O que digo em relação ao Nacional, pode muito bem aplicar-se ao Vitória de Setúbal. Com a agravante de que os setubalenses não possuem generosidade infinita. E se hoje a "vontade de querer" impera, amanhã o cansaço tomar-lhe-á o lugar e o desalento transformar-se-á na nova bandeira. É uma pena, enfim. Porém, ninguém os mandou ganhar a Taça ao Benfica para ir para a UEFA gastar, em vão, o dinheiro dos míseros ordenados. Para a próxima, é medir bem as consequências...

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